segunda-feira, 26 de maio de 2014

Capital Pernambucana (Recife), é o novo polo da economia criativa

Com um aeroporto eficiente, uma robusta rede de banda larga e o foco voltado para o mercado global, a velha terra dos mascates se tornou uma das melhores cidades do país para fazer negócios.

Aeroporto de Guararapes: eleito pelos usuários como o melhor do Brasil em 2013. Foto: Infraero

São Paulo - No início do mês, o grupo Fiat Chrysler anunciou a instalação de um centro de tecnologia automotiva em Recife. O imóvel de uma antiga tecelagem, desativada há 20 anos, foi cedido para a montadora pelo governo de Pernambuco para abrigar o empreendimento, que exigirá investimentos de 500 milhões de reais e empregará 1 000 pessoas, entre engenheiros, técnicos e outros profissionais.
O centro de pesquisa deve ser inaugurado em dois anos, mas a divisão de desenvolvimento de software começa a funcionar em breve, com 35 funcionários, em uma casa no Porto Digital, como é conhecido o polo de tecnologia da informação da cidade, localizado no bairro do Recife Antigo.
O novo centro de tecnologia trabalhará em sintonia com outros núcleos de pesquisa e desenvolvimento da Fiat no mundo, colocando Recife no mapa global da engenharia automotiva. “O que quero da indústria é a inteligência”, diz o prefeito, Geraldo Julio. “Enquanto as fábricas produzem na região metropolitana, a inovação fica na capital.”
A escolha de Recife não se deu apenas por conveniência da Fiat, que está erguendo uma nova fábrica de veículos em Goiana, na região metropolitana. Segundo a pesquisa da consultoria Urban Systems, Recife tem hoje a melhor infraestrutura do Brasil para negócios, além de excelente capital humano.
Tanto em telecomunicações como em transporte, Recife leva vantagem sobre outras grandes cidades brasileiras. Conta, por exemplo, com um porto e um aeroporto em seu perímetro urbano.
Em um levantamento feito pela Proteste Associação de Consumidores em 2013, o aeroporto de Guararapes foi considerado o melhor entre os 14 mais movimentados do país e o único que recebeu a classificação “bom”.
Teve avaliação positiva em sinalização, banheiros e lugares para sentar (recebeu notas baixas em procedimentos de segurança e acesso por transporte coletivo, apesar de ser bem localizado e contar com uma estação de metrô).
No setor de telecomunicações, a rede de banda larga fixa de Recife está muito acima dos padrões brasileiros. Cerca de 35% da população tem acesso a conexões com velocidade acima de 12 megabits por segundo, enquanto a média nacional é 9%.
A rede de fibra óptica atende o Centro de Convenções de Pernambuco, que há três anos recebe a Campus Party, o maior evento de tecnologia do país, e conecta universidades e núcleos de pesquisa. Os equipamentos municipais estão sendo conectados por uma rede pública Wi-Fi.
Desde sua fundação, no século 16, a “terra dos mascates”, como eram conhecidos os comerciantes portugueses que atuavam na época em Recife, mostrou sua vocação para comércio e serviços. Logo a cidade se firmou como um polo de distribuição de mercadorias, com forte atividade alfandegária.
Fonte: Exame