João Bosco. Foto: Mercado Aberto |
Competitividade é a característica ou capacidade de qualquer organização em cumprir a sua missão com maior êxito que outras em uma mesma área de atuação. Baseia-se na capacidade de satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes ou cidadãos aos quais serve no seu mercado objetivo, de acordo com a missão específica, para a qual foi criada.
Neste particular, pretendo posicionar o conjunto da economia nacional em relação aos países ocidentais e também aos orientais.
Inicio pelo setor primário caracterizado pelo agronegócio. Neste segmento a economia brasileira tem andado em condições de igualdade com o resto do mundo, apresentando produtividade singular nas diversas culturas e atividades pecuárias; o setor público mantém-se à distância, enquanto a iniciativa privada tem promovido uma verdadeira revolução na adoção de novas tecnologias, contemplando os aspectos biológicos e produtivos na busca da manutenção e conquista de novos mercados no mundo. Neste contexto, a sua competitividade é prejudicada no quesito logística, considerando-se a dimensão continental onde a atividade é desenvolvida, a maioria em regiões distantes entre produção e os portos de embarque. Os nossos portos de embarque para o exterior localizam-se na costa leste, onde também está a maior densidade demográfica, enquanto os campos agrícolas e pecuários estão no lado oposto: a oeste. E as vias para o escoamento desta enorme produção? E os portos de embarque como estão? Estes quesitos são de responsabilidade do poder público. Têm-se um diagnóstico real deste quadro, anualmente, na ocasião do embarque dos produtos do campo para o cliente no exterior. Meios inadequados dos equipamentos de transporte, quase sempre por rodovias de qualidade e quantidades precárias, promovendo custos superiores aos da obtenção do produto final. Mesmo assim, o segmento ainda compete com o resto do mundo. Imagino que a solução para a infraestrutura de logística do país também poderá ser impulsionada por este segmento que responde, isoladamente, por uma grande fatia da geração de divisas da União.
Neste caso, I) O que fazer? II) Como fazer? III) E, em que tempo? Atualmente qualquer pessoa, neste mundo democrático, circula em países que já resolveram estes “gargalos”, a cujos modelos utilizados se têm acesso fácil, assim como, são iniciativas já exaustivamente testadas. O que falta para se utilizar estes modelos aqui, evidentemente, customizá-los para a nossa cultura e demais fatores naturais e estruturais? Como sair desse entrave, objeto desse trinômio apresentado? Tenho a convicção de que as lideranças empresariais desse setor já contam com um plano capaz de viabilizar a solução da infraestrutura viária e de outros entraves prejudiciais ao desenvolvimento desta atividade tão essencial para nós e para o resto do mundo, pois estamos falando da produção e distribuição de alimentos.
Próximo número apresentarei diagnóstico dos dois setores restantes.
Fonte: Mercado Aberto / João Bosco Freire é Economista e Sócio-diretor da Horizonte Consultoria - joaobosco@horizonteconsultoria.com.br