terça-feira, 28 de outubro de 2014

Capiba: 110 anos de nascimento na data de hoje - 28/10/2014

Capiba, músico e compositor. 

Foto: O Nordeste Portal
Capiba
Lourenço Fonseca Barbosa nasceu em 28/10/1904 Surubim, Pernambuco. Faleceu em 31/12/1997 Recife, Pernambuco. Compositor. Instrumentista.
  
Foi o 10º filho de uma família de 13 irmãos. Em 1907, com três anos de idade, mudou-se com a família para a cidade do Recife.

Seu pai, Severino Atanásio de Souza Barbosa, era orquestrador, arranjador, professor de música, tenor de igrejas, clarinetista e violinista.

Criou com os filhos Lourenço, Sebastião, Severino, José Mariano (mais tarde conhecido como o compositor Marambá), João, Pedro e Antônio, a banda de música "Lira da Borborema", da cidade de Taperoá, na Paraíba.

Assim como os irmãos, aprendeu música com o pai. Em 1908, a família mudou-se para a cidade de Floresta dos Leões, hoje conhecida como Campina.

Começou a compor aos 10 anos de idade. Em 1913, foi para a cidade de Batalhão, na Paraíba, conhecida atualmente como Taperoá.

Dois anos depois, seu pai foi dirigir a Charanga Afonso Campos, a famosa Bacurau, banda de música da oposição na cidade de Campina Grande.

Nessa época, a família Capiba, como eram conhecidos, gozava da estima e da admiração de todos pelos seus hábitos e disciplina.

Com nove anos de idade, foi vítima de bexiga e esteve entre a vida e a morte.

Entre 13 e 14 anos, apresentava-se na Banda Bacurau e cantava músicas sacras nas festas da padroeira da cidade.

Com 16 anos, começou a trabalhar como pianista no Cine Fox, de Campina Grande, em substituição à irmã Josefa, que estava de casamento marcado.

Mesmo sem saber tocar piano, aprendeu a tocar sete valsas em 11 dias e foi contratado.

Seu progresso no piano foi enorme, chegando a ser convidado a integrar a Jazz Campinense como pianista e a acompanhar o cantor lírico italiano Brilhantini, que apresentou-se em curta temporada no Salão Nobre do Clube Municipal.

Nesse período era um aficcionado do futebol, tendo chegado a jogar de "center forward", como eram chamados os atacantes na época, no América de Campina Grande.

Atuou, ainda, no Campinense Clube e no Recife.

Mais tarde, foi artilheiro do Satélite, time dos funcionários do Banco do Brasil.

Em 1924, aos 20 anos de idade, foi mandado pelos pais de volta para João Pessoa a fim de estudar no Liceu Pernambucano, com as instruções paternas de não envolver-se mais nem com futebol nem com  música.

Por essa época, assumiu cada vez mais o apelido de família "Capiba", que foi, segundo ele, herdado do avô materno, e que é sinônimo de jumento teimoso.

Em 1924, ao chegar a João Pessoa para estudar, recebeu a notícia do falecimento da mãe em Recife, vítima de cirurgia mal sucedida.

Na ocasião, compôs com o irmão Antônio a valsa "Lágrimas de mãe", que seria sua primeira música editada, mandada por ele a São Paulo, para a Oficina Graphica-Musical Campassi & Camin.

Com licença do pai, assumiu o lugar do pianista do Cine Rio Branco que havia falecido.

No mesmo período,  ingressou como atacante no time do América de João Pessoa e fundou a Jazz Independência, onde atuou até 1930, quando voltou para Pernambuco.

Ainda na capital paraibana, conheceu Oliver Von Sohsten, homem rico e educado na Inglaterra que gostava de financiar orquestras para brincar o carnaval.

A partir da amizade entre os dois, foram surgindo bandas  carnavalescas dirigidas por Capiba e financiadas pelo amigo. Em 1926, o carnaval paraibano foi aberto pela banda "Mulher sem coração".

Em 1927, foi a vez de "Eu sou doido por você". Em 1928, "Quem tem amor tem ciúmes".

Em 1929, "Aluga-se um coração".

Nesse mesmo ano, participou do concurso musical da Revista Vida Doméstica com o tango "Flor das ingratas", que tirou o primeiro lugar.

Por essa época, fundou outra orquestra, a Jazz Independência, que teve pouco tempo de duração. Em 1930, passou o último carnaval em Campina Grande, onde desfilou à frente da Jazz Independência, que recebeu o apelido de Jazz da Saudade, com todos os seus integrantes fantasiados de pierrô.

Nesse ano, sua composição "Não quero mais" foi classificada em quarto lugar no concurso de músicas para o carnaval no Rio de Janeiro, patrocinado pela revista O Malho e Casa de Discos Odeon.

Um fato curioso nesse concurso foi que Capiba e seu parceiro João dos Santos Coelho registraram-se com os pseudônimos de "Pé-de-Pato" e "Joca da Beleza", respectivamente, e quando a composição foi gravada por Francisco Alves, permaneceu com os pseudônimos, o que os obrigou a apresentar inúmeros documentos para provar a autoria da música e receber o prêmio a que faziam jus, uma vez que outra pessoa apresentara-se no Rio de Janeiro como autor da música, tendo desaparecido após receber o prêmio.

No mesmo ano, passou em concurso para o Banco do Brasil, no qual havia sido inscrito pelo irmão mais velho, instituição na qual iria trabalhar durante 31 anos.

Foi nomeado para trabalhar na cidade do Recife, para onde foi acalentando o desejo de criar uma orquestra formada por estudantes. Nessa época compôs no Recife sua primeira marcha: "Dona, não grite!".

Em 1931, organizou a Jazz Band Acadêmica, que estreou em novembro daquele ano, tocando no tradicional baile de formatura dos Acadêmicos de Medicina no Derby.

Na ocasião, Capiba lançou um de seus maiores sucessos, a "Valsa verde", composta especialmente para a data, com letra do poeta Ferreyra dos Santos. 

A valsa tornou-se mania no Recife, sendo executada em todas as residências onde havia um piano, com suas partituras esgotando-se rapidamente nas lojas especializadas.

Em 1932, foi aprovado no concurso para a Faculdade de Direito, a qual cursou para fazer jus ao título de acadêmico, já que era dirigente de uma orquestra formada por acadêmicos.

No mesmo ano, organizou a primeira excursão da Jazz Band Acadêmica que atuou em diversas cidades do Norte e Nordeste, tendo-se apresentado em Fordlândia, Fortaleza, Natal e João Pessoa, com grande sucesso.

A excursão teve como finalidade angariar fundos para a Casa do Estudante Pobre.

No mesmo ano, musicou o poema "É de tororó", de Ascenso Ferreira. A composição, em ritmo de maracatu, venceu em 1935 um concurso promovido pelo Diário de Pernambuco. Na mesma ocasião, foi incluída em um dos quadros da revista que o ator Jardel Jércolis apresentou na excursão que realizou a Portugal e Espanha.

Em 1933, compôs o frevo-canção "Agüenta o rojão", terceira colocada no concurso promovido pelo Diário de Pernambuco, e gravada no mesmo ano por Breno Ferreira, e "Tenho uma coisa pra lhe dizer", que ganhou o primeiro lugar.

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Fontewww.onordeste.com