No primeiro semestre do próximo ano, as mulheres brasileiras poderão contar com roupas padronizadas para seu perfil de corpo a partir de um sistema de modelagem 3D. Desta forma, será possível saber exatamente o seu número na hora de comprar roupas, inclusive pela internet, já que as medidas das brasileiras são bem diferentes das estrangeiras.
Moda - Roupas femininas produzidas no Brasil serão padronizadas. Foto: Sebrae Inteligência Setorial |
A novidade vem do convênio entre o Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário (ABNT/CB-17), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e a Audaces, empresa brasileira que produz tecnologia para confecções de mais de 70 países. Através da parceria, a entidade usará o sistema Audaces 3D para criar a nova padronização de medidas referenciais do corpo humano para roupas femininas produzidas no país.
Com o uso do Audaces 3D, o ABNT/CB-17 espera concluir a padronização até o primeiro semestre de 2015. A numeração atual segue padrões europeus e, apesar de serem adaptadas aos nacionais, não se baseiam nos biotipos das brasileiras. “A padronização proporcionará aos consumidores e fabricantes roupas com dimensões que são, de fato, feitas para as consumidoras brasileiras”, afirma Maria Adelina Pereira, superintendente do Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário (ABNT/CB-17).
Além de aumentar a satisfação da consumidora, que passará a ter mais conforto e melhor caimento em suas roupas, a padronização beneficia as confecções ao facilitar a comercialização de peças, tanto no país quanto no exterior. “Há diferenças de tamanho em peças de roupas da mesma numeração produzidas por fabricantes diferentes, o que impede que usuário possa se orientar apenas pelo tamanho que está habituado a comprar. À medida que a padronização for adotada, o consumidor poderá escolher a roupa de acordo com suas medidas”, explica Maria Adelina.
Segundo ela, não haverá imposição para que as medidas sejam adotadas pelas confecções. “É algo que o mercado adotará naturalmente. O consumidor ficará mais satisfeito e optará por roupas que lhe vistam melhor, que tenham suas proporções”, diz Maria Adelina.
No caso da padronização, o Audaces 3D servirá para o desenvolvimento de manequins virtuais que terão os padrões de medidas mais comuns entre as brasileiras, o que foi identificado em levantamento do SENAI-Cetiqt, do Rio de Janeiro. A instituição realizou estudos antropométricos com mais de 7,4 mil pessoas do país. Com esses modelos, o trabalho do ABNT/CB-17 será realizado na tela do computador, e não mais a partir de modelos reais.
Rodrigo Cabral, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Audaces, explica que o estudo das proporções médias era realizado sem feedback visual. “Com nosso sistema 3D, os pesquisadores puderam visualizar, pela primeira vez, modelos virtuais com os padrões identificados pela pesquisa”, afirma.
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Fonte: Sebrae Inteligência Setorial
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