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A desaceleração na economia de Pernambuco, motivada sobretudo pela paralisação das grandes obras de infraestrutura e pelo desaquecimento do setor imobiliário, está refletida nos números do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Apesar do crescimento de 2% em 2014, o resultado é o pior desde 2003 (-0,6%). O desempenho da economia foi apresentado nesta quinta-feira (4), na Agência Condepe/Fidem.
Pelo sexto ano consecutivo, no entanto, o resultado está acima do PIB nacional, que foi de 0,1% ano passado, pior resultado da economia nacional desde 2009. Em números absolutos, a soma dos bens e serviços produzidos no Estado gerou R$ 140 bilhões.
As previsões para 2015 também não são das melhores. Segundo as conjecturas feitas pelo presidente da Condepe/Fidem, Flávio Figueiredo, o crescimento para este ano deve ser de zero e 0,5%.
Entre os fatores para a desaceleração do PIB é possível citar o encolhimento do mercado imobiliário, a retração das grandes obras de infraestrutura – como a hibernação da Refinaria Abreu e Lima, os prejuízos do Estaleiro Atlântico Sul e as demissões na Petroquímica. Em 2014, o Estaleiro Atlântico Sul operou com prejuízo de R$ 329,6 milhões.
A crise econômica nacional, impulsionada, sobretudo, pelos escândalos de corrupção na Petrobras, também afetou diretamente o desempenho econômico. A título de comparação, o PIB de 2013 foi de 3,2%.
Segundo o diretor executivo de estudo, pesquisa e estatística da Agência Condepe/Fidem, Maurílio Lima, o que sustentou a economia de Pernambuco em 2014 foi o setor de serviços, responsável por 73% do PIB estadual. O setor cresceu 2,3%.
Na indústria, apesar do crescimento de 1,5%, houve uma retração na construção civil (-4,5%). De acordo com o estudo, o que segurou a queda do setor foi o crescimento de 24,7% na geração das termoelétricas.
A queda, porém, não chega a assustar os analistas da Condepe/Fidem. O presidente da instituição, Flávio Figueiredo, explica que a construção civil é o primeiro setor a ser afetado em tempos de crise. “O setor é meio, não fim, então é o primeiro a ser afetado pela desaceleração, mas, por outro lado, é o primeiro a reagir”, explicou.
Apesar de corresponder a 5% do total do PIB, o setor de agropecuária impulsionou a economia local ano passado, refletindo elevação de 2,5%. Superando as perdas resultantes da seca de 2013, a produção voltou a apresentar crescimento.
Com informações do Blog de Jamildo