terça-feira, 27 de outubro de 2015

Volume morto da Barragem de Jucazinho entra em operação no dia 06 de novembro

Sistema emergencial já está sendo montado. Carros-pipa fazem atendimento provisório
Imagens: Divulgação/Reprodução
A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) começará a utilizar o volume morto da barragem de Jucazinho, em Surubim, no próximo dia 06 de novembro. Para permitir a retirada dos oito milhões de metros cúbicos de água que ainda restam do volume total de 327 milhões, a companhia está trabalhando na montagem de bombas que podem puxar a água de locais onde a captação convencional por gravidade não alcança. Para viabilizar a exploração do volume morto de Jucazinho, a Compesa precisou suspender o abastecimento de 12 cidades cobertas pelo sistema. O atendimento neste período está sendo feito por meio de 40 carros-pipas, número que será ampliado para 60. Quando for retomada a captação da barragem, a população dessas cidades voltará a receber água pela rede de distribuição no esquema de rodízio.

Nesta terça-feira (27), o diretor Regional do Interior, Marconi Azevedo, visitou a barragem junto com técnicos da Compesa para acompanhar de perto as ações emergenciais para uso do volume morto. Ele explicou que, com a bomba submersa, será possível explorar a barragem por mais quatro ou cinco meses. Caso não chova até lá, a Compesa já estuda a possibilidade de atender a população com 100 carros-pipa que começaram a ser viabilizados. “Estamos nos preparando para essa realidade porque as previsões não são animadoras. Todas as projeções indicam que o El Niño virá com ainda mais força em 2016 e que, por isso, teremos chuvas abaixo da média em todo o Nordeste. Por conta disso, não descartamos o risco de colapso total de Jucazinho”, revelou.

Inaugurada em fevereiro de 1998, a barragem de Jucazinho começou a levar água para o Agreste em dezembro de 2000, com uma adutora até Surubim. Desde então, essa é a primeira vez que a barragem seca a ponto de um pré-colapso, acumulando apenas 2,5% de sua capacidade total. “A barragem foi uma obra acertada e que cumpriu seu papel. No entanto, não há manancial que resista a uma estiagem tão severa como a que estamos passando”, lamentou o diretor.

O baixo nível da barragem está trazendo à tona um passado que havia ficado submerso no lago de Jucazinho. A casa do comerciante Inácio Cabral de Arruda, 63, é um exemplo dessas lembranças. Ela foi inundada após ter servido de moradia para sua família por 48 anos. Hoje, restam as ruínas. “É muito triste rever minha casa assim, mas pior ainda é o motivo de tudo isso. Essa barragem só trouxe benefícios. Rezo muito para que volte a chover e ela fique cheia novamente”, desejou seu Inácio, que mantém um bar perto do lago.

Operação - A captação do volume morto de Jucazinho será feita por meio de uma bomba submersa que atenderá ao ritmo de retirada de até 250 litros por segundo. Com isso, poderá ser mantido o rodízio anterior de dois dias com água para 28 sem água nas 12 cidades atendidas: Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Santa Cruz do Capibaribe, Salgadinho, Surubim, Casinhas, Santa Maria do Cambucá, Vertente do Lério, Frei Miguelinho, Vertentes e Toritama, além do distrito de Ameixas. Caruaru, também no Agreste, continuaria sendo atendida pela barragem do Prata, enquanto Gravatá e Bezerros, pelos reservatórios de Brejinho, Cliper, Vertentes e Brejão.

O investimento para execução dessa obra é de R$ 1,3 milhão. Os recursos são provenientes do Governo do Estado e fazem parte do fundo para obras emergenciais de combate à seca.

Com informações da Compesa