terça-feira, 12 de abril de 2016

Apenas 38% dos brasileiros se sentem seguros para lidar com dinheiro, aponta pesquisa do SPC Brasil

Imagem: Divulgação/Reprodução
Somente quatro em cada dez (38%) consumidores brasileiros se sentem seguros para gerir e organizar a própria vida financeira. A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais do país. O levantamento mostra também que as pessoas acima de 55 anos (62,4%), os homens (43,1%) e os que fazem parte das classes A e B (60,6%) são os que mais se consideram capazes para lidar com o orçamento pessoal. A partir de uma escala que varia de um a dez, a nota média que o brasileiro atribui ao seu próprio nível de conhecimento para administrar suas contas é de apenas 6,6.

A nota é ainda menor quando levado em consideração o domínio que os entrevistados têm sobre temas como conhecimento sobre juros cobrados no cartão de crédito (nota de apenas 6,5), informações sobre os juros praticados em empréstimos (6,5), discernimento sobre os tipos de investimentos (5,3) e conhecimento sobre as aplicações financeiras com as melhores taxas de retorno (4,9).

“Os resultados do estudo indicam que o conhecimento sobre as finanças dos consumidores ainda precisa evoluir significativamente. É preciso buscar mais informações, principalmente no caso do cartão de crédito”, alerta o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli. “Desconhecer o mecanismo dos juros cobrados é perigoso, pois nesta modalidade a pessoa pode rapidamente perder o controle sobre uma dívida e ficar inadimplente.

Além da busca por mais informações, controlar gastos, fazer um planejamento antes de ir às compras e evitar consumir por impulso são algumas atitudes simples que facilitam o planejamento financeiro do dia a dia”, conclui a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Segundo os especialistas do SPC Brasil, o principal risco na utilização do cartão de crédito é deixar de pagar a fatura ou optar pelo pagamento do valor mínimo.

Com isso o consumidor entra no crédito rotativo, permitindo que a dívida se transforme numa bola de leve acumulando juros sobre juros até a pendência atingir um patamar que muitas vezes extrapola o orçamento pessoal.

17% recorriam ao mínimo da fatura mesmo tendo dinheiro guardado

Os testes e simulações aplicados para a realização da pesquisa mostram que alguns brasileiros subestimam os riscos da má utilização do cartão de crédito. Diante de um cenário em que o entrevistado não consegue pagar o valor integral da fatura do cartão com sua renda, mas tem a opção de usar um dinheiro guardado para cobrir a pendência, parte significativa dos entrevistados (17,5%) escolhe a pior opção, ao decidir pagar somente o mínimo da fatura, principalmente as mulheres (21,2%) e os pertencentes à Classe C/D/E (20,1%). E muitos que assumem essa atitude, o fazem por desconhecimento: 29,3% deles acreditam que pagando o mínimo da fatura se está ‘perdendo menos dinheiro’ do que se sacassem parte da reserva financeira para quitar a dívida no cartão.

Do SPC Brasil