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O varejo de Pernambuco registrou uma queda suave em fevereiro, considerada mais uma estabilização das vendas, atingindo -1,3% em relação a janeiro. Comparado ao mesmo mês de 2015, o recuo foi bem mais duro, chegando a - 9,5%. Esta é a segunda pior taxa para os estados do Nordeste e o pior fevereiro para o comércio pernambucano desde o início da série em 2001. O varejo no estado acumula no ano e em 12 meses queda de 10,8% e 9,2%, respectivamente. Estes também são os acumulados mais negativos para o mês em toda a série. Já no Brasil, o varejo surpreendeu e terminou o mês com alta de 1,2% nas vendas em relação a janeiro. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE.
Rafael Ramos, economista da Fecomércio-PE, acredita que o resultado é reflexo da redução no nível de empregos formais devido à paralisação de grandes obras do estado. “Com a massa salarial pernambucana recuando, as famílias locais têm uma percepção de perda no poder de compra maior do que as demais famílias. Este cenário afeta o volume de vendas no comércio de forma direta, refletindo nos números ruins”, detalha.
Quanto aos segmentos, assim como para o Brasil, o único segmento com comportamento positivo de vendas é o de “artigos farmacêuticos, medicamentos e de perfumaria”, que cresceu 12,7%. Os demais também estão com taxas negativas, principalmente os que têm o crédito como força de vendas, como “veículos, partes e peças” ( -19,4%), “material de construção” (-17,8%), “equipamentos e material para escritório informática e comunicação” (-12,0%), “móveis e eletrodomésticos” ( -25,4%) e “tecidos, vestuário e calçados” ( -20,3%).
“Infelizmente, em Pernambuco, todos estes itens dependem muito de crédito, seja de financiamentos ou de cartão de crédito mesmo e as pessoas estão mais comedidas para gastar do que no resto do Brasil”, completa o economista. Quanto ao segmento de “livros, jornais, revistas e papelaria”, que teve a maior queda de todas (-27,8%), Ramos enfatiza que o principal fator da desaceleração é a sazonalidade, já que o mês de fevereiro apresenta grande redução nas compras de material escolar ao contrário de janeiro, mês em que as famílias compram os livros escolares. “Temos uma crise econômica e de confiança. A expectativa é de uma melhora para o Dia das Mães, mas nem isso é certo.”
Do Diario de Pernambuco