Úrsula Freire/arquivo folha |
Após uma série de contratempos financeiros que chegaram até a ameaçar a realização do evento, a Campus Party (CP) Recife começa hoje no Classic Hall. O evento será mais curto que nos anos anteriores, com 24 horas de duração; mas promete uma maratona de tecnologia e empreendedorismo tão produtiva quanto a dos anos anteriores. A expectativa é tanta que a organização da CP pensa até em levar o modelo da chamada Campus Party Weekend para outros locais do Brasil.
O diretor da Campus Party Brasil, Tonico Novaes, reconheceu que enxugar a CP Recife de três para um dia foi uma necessidade econômica, já que os patrocinadores do evento diminuíram neste ano em função da crise. Ele diz, porém, que o modelo mais curto já estava no radar da empresa, pois abre a oportunidade de expandir o campo de atuação da CP no Brasil. O evento acontece anualmente apenas em São Paulo e no Recife, cidades de grande porte e vocação tecnológica. No final do ano, também chega a Minas Gerais. Não havia, no entanto, projeções de um evento desta dimensão em municípios menores.
“Já vínhamos pensando em como fazer a CP acontecer em outras cidades. Então, por que não usar o modelo que estamos criando agora no Recife em locais como Manaus e Porto Alegre?”, falou Novaes, garantindo que a versão menor continua sendo funcional e interessante. Ele, porém, não espera que a versão perdure no Recife. “Desenhamos um novo modelo para manter a edição anual da CP Recife e, assim, manter evento no calendário da cidade para, quem sabe no ano que vem, em um cenário econômico mais favorável, voltarmos ao modelo original”, explicou Tonico.
Apesar da decepção de não ter mais três dias de CP, os fãs de tecnologia também não diminuem a importância do evento. O analista de inovações do Porto Digital, Danilo Torres, por exemplo, diz que esta ainda é uma grande oportunidade de negócios. “A CP não tem a dimensão que imaginávamos, mas continua trazendo palestrantes e conteúdos relevantes, além de promover muito networking. Cabe aos empreendedores e startups, então, usar esse tempo para fazer contatos”, aconselha Torres.
A interação e o networking também estão na mira da organização da CP Recife. Segundo Tonico, a organização quer aumentar a interação entre campuseiros, palestrantes e investidores. Por isso, continua colocando startups em contato com aceleradoras de negócios e promovendo desafios. Até o tempo das palestras foi reduzido, a fim de ampliar a conversa com a plateia. E o palco de empreendedorismo foi levado para a área externa do evento para que seja visto até por quem não se inscreveu no evento.
Outra mudança está na internet. A conexão será acessada apenas pelo Wi-Fi e desta vez não será da Vivo, como nas edições anteriores, mas da TIM. A operadora já esteve na CP de São Paulo no início do ano e aqui fornece cobertura de rede móvel 4G com 2 gigabites de velocidade para os campuseiros esperando conquistar ainda mais usuários no evento. “Já temos estrutura 4G no Recife pelo mesmo valor do 3G. Agora, os campuseiros vão poder testar esta conexão”, explicou a gerente de trade e marketing da TIM Nordeste, Juliana Marcolini.
Da Folha de PE