Marcos Santos/USP Imagens |
Economistas e instituições financeiras consultados pelo Banco Central aumentaram de 7,34% para 7,36% a projeção para a inflação neste ano, segundo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12).
A piora ocorre dias após a divulgação de que o IPCA (índice oficial de preços) de agosto desacelerou, embora tenha avançado 0,44%. A desaceleração foi causada, principalmente, por aumentos mais fracos do grupo de alimentos e bebidas.
Foi a maior taxa para agosto desde 2007, quando o IPCA avançou 0,47%. No acumulado do ano, a taxa ficou em 5,42%, acima do centro da meta de 4,5%, porém, abaixo do teto de 6,5%. Nos 12 meses encerrados em agosto, o IPCA esteve em 8,97%.
Para 2017, a previsão para o IPCA foi mantida em 5,12%, dentro da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) -4,5% com 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em 2018, a expectativa é que o índice oficial de preços caia para 4,5%.
Apesar da piora na projeção para a inflação, o mercado melhorou a perspectiva para a retração do PIB (Produto Interno Bruto) de 2016. A previsão de queda passou de 3,20% na pesquisa passada para 3,18% nesta semana. Para o próximo ano, a perspectiva de crescimento se manteve em 1,30%.
Em relação à taxa de juros, a expectativa para a Selic foi mantida em 13,75% neste ano e em 11% no próximo. A projeção ocorre após o Banco Central indicar que vê espaço para cortar os juros, que hoje estão em 14,25% ao ano, mas dependendo do comportamento da inflação e da aprovação de medidas de ajuste fiscal.
Ao detalhar a decisão de manter os juros em 14,25%, o Copom argumenta que há "riscos de curto prazo" para a inflação no país e diz que a elevação de preços de alimentos persiste.
A previsão para a taxa de câmbio caiu de R$ 3,26 para R$ 3,25 em 2016 e se manteve em R$ 3,45 em 2017.
Do Folhapress