quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

PIB de Pernambuco pode cair até 2,7% em 2017

Imagem: Divulgação/Reprodução - Blog de Jamildo
As previsões para Pernambuco no próximo ano não são das melhores. As estatísticas apontam para um futuro derretimento da economia, com queda entre 2,5% e 2,7% em 2017. Apesar de números ruins, tanto à frente como no retrovisor, a retomada aos números positivos pode acontecer, dependendo de como os agentes econômicos vão entender os sinais do tratamento dado à economia nacional pelo conturbado governo federal. Os estados foram fortemente atingidos pelo combo de crise econômica, política, moral e institucional do Brasil, mas Pernambuco fez o dever de casa e “apanhou” menos que outros com economia maiores, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por exemplo. Acredita-se que, com a capacidade industrial implantada por aqui, que hoje está em parte ociosa, haverá uma resposta mais rápida aos sinais de crescimento. Mas só no segundo semestre.

O cenário atual e a chances do estado e do Brasil foram apresentadas pelo economista Jorge Jatobá, na XXI Análise Ceplan, realizada pela equipe de economistas da consultoria e detalhada na sede da Amcham Recife, em encontro dos empresários e executivos associados à instituição. “Os números são ruins dos balanços do ano em 2016 e apresentam uma previsão que não tinha como ser extremamente positiva, até porque é um ano de PIB negativo, no comparativo com outro ano também de queda. É muito ruim”, resume Jatobá.

“Mas temos uma base sólida para retomar, pelos investimentos que foram feitos e que podem agregar na produção e principalmente na geração de empregos. Um exemplo claro é o da PetroquímicaSuape, que foi construída e não opera em sua totalidade. Com a concretização da venda para a o setor privado, ela voltará a contribuir com a economia local”, complementou, citando que o estado levou uma pancada maior em relação ao número de desempregos, “porque as desmobilizações programadas para 2014, com o fim da construção de grandes empreendimentos que empregavam em volumes elevados, aconteceram no mesmo tempo da ‘boca da crise’, o que não deu chance para a reinserção ao mercado.” Só para se ter ideia, em outubro de 2016 (comparando com 2015), eram menos 66 mil trabalhadores em Pernambuco.

De acordo com Jatobá, essa combinação atacou a massa salarial e bateu na demanda de produtos e serviços. De acordo com os balanços mais atuais deste ano, no comparativo com 2015, todos os setores macroeconômicos medidos pelo Produto Interno Bruto caíram em Pernambuco, inclusive acima do resultado nacional. A agropecuária, por exemplo, recuou 9,2%, a indústria 7,7% e o setor de serviços sofreu queda de 5,8%. O alerta vai para algumas condições que não têm previsão de ajudar nessa guinada na economia. “A estiagem é realidade e vai continuar. Ela atrapalha o crescimento e, no estado, é um dos agravantes de inflação, que também precisa de medidas de controle”, ressalta.

Do Diário de PE