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A Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) está preocupada com a morte de bois, vacas e bezerros da Bacia Leiteira do Estado. É que, nos últimos dez dias, notificações dão conta que os animais estão infectados por uma grave doença, chamada de botulismo. A enfermidade ocorre a partir de uma intoxicação alimentar fatal, causada por uma toxina produzida a partir de uma bactéria.
O último caso tinha acontecido há seis anos, pouco antes de a seca se acentuar e dizimar boa parte do rebanho pernambucano. A morte de cerca de 100 animais acontece justamente numa fase em que o plantel começa a se recuperar. Atualmente, temos 1,8 milhão de bovinos. Nos bons tempos, o número chegava a 2,5 milhões.
“Equipes foram encaminhas para as localidades para colher amostras por meio de necropsia feita nos animais”, disse a presidente da Adagro, Erivânia Camelo, acrescentando que, caso os criadores identifiquem sintomas como paralisia muscular progressiva em seus animais, devem comunicar à Adagro. “Se os animais estiverem mortos, a recomendação é para que sejam incinerados e enterrados em locais profundos, para que não haja risco de contaminação com outros animais”, frisou.
O risco para a saúde humana, pondera Erivânia, acontece se a pessoa ingerir a carne contaminada. “Por isso, sugiro que a compra da carne aconteça apenas por meio de abatedouros que possuam inspeção veterinária”, orientou.
O resultado dos exames será divulgado 15 dias depois do envio do material para o laboratório. A presidente da Adagro chamou atenção ainda sobre os motivos dessa possível infestação. “O período de seca pode piorar a situação. Os animais têm poucas opções de alimentação e às vezes comem as carcaças de outros animais mortos. Como estão com pouco cálcio, a doença pode se manifestar”, revelou.
Por isso, pontua Erivânia, é importante a necessidade de manter os animais vacinados. “A dose custa, em média, R$ 1. É importante manter o rebanho vacinado, porque a perda financeira pode ser maior”, explicou.
A doença mata, sobretudo, vaca leiteira em fase adulta. Ou seja, os animais mais importantes para a atividade econômica da região. O Estado chegou a produzir 2,5 milhões de leite por dia. Hoje em dia, a produção chega a 1,4 milhão, pouco mais da metade do que se via há seis anos. “Para que esses números não sejam ainda mais penalizados, precisamos saber onde está o foco da doença. Só podemos saber disso se o criador nos avisar”, destacou a presidente, que não descarta a presença de mais animais infectados espalhados pelo Agreste pernambucano.
Da Folha de PE