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Os ventos superaram as águas do Rio São Francisco quando se fala em geração de energia elétrica no Nordeste. É que a energia eólica ultrapassou a hidrelétrica e também a termelétrica, tornando-se a principal fonte de geração de energia na região em 2016. A constatação é do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste (BNB). Segundo o Etene, em 2016, a energia eólica representou 37,2% da matriz energética nordestina, ante 34,1% das térmicas e 29,5% hidrelétrica. Foi a primeira vez que a fonte assumiu a dianteira na região.
Afinal, há dez anos, a produção de energia através dos ventos respondia por apenas 0,3% da geração no Nordeste.
“Historicamente, a geração era feita via hidrelétricas da Chesf, tanto que em 2008 a fonte hidráulica representou 91% da matriz nordestina. Porém, nos últimos anos, temos vivido uma crise hídrica grande e isso diminuiu o nível de água dos reservatórios dessas hidrelétricas. Paulatinamente, a fonte eólica tornou-se competitiva nos leilões da Aneel”, explicou o coordenador de estudos do Etene, Francisco Diniz Bezerra, acrescentando que, com isso, o Nordeste tornou-se a região que mais produz energia eólica do País.
Ele explicou que a região tornou-se o grande foco dos investidores do setor porque concentra os ventos mais favoráveis à geração de energia do Brasil. “A maior parte dos parques eólicos foi instalada aqui", afirmou Bezerra, lembrando que a construção desses parques gerou muitos empregos e investimentos na região. O BNB calcula até que os projetos já previstos para a região demandarão R$ 35 bilhões em recursos nos próximos anos.
Da Folha de PE