Escritor Fernando Guerra discursa durante o lançamento do livro Memória das Vaquejadas de Surubim (Foto: Reprodução/ Divulgação) |
O livro Memória das Vaquejadas de Surubim do escritor e editor do Correio do Agreste, Fernando Guerra, com pouco mais de uma semana de lançado, já pode ser considerado um sucesso de vendas. Neste curto período, mais de 350 exemplares foram vendidos, 160 deles só na cerimônia de lançamento que aconteceu no Restaurante Capitu, no Centro da cidade, na quarta-feira, 13 de setembro. A marca é satisfatória principalmente por dois motivos: é o segundo livro publicado do escritor e além do mais, lançado em uma cidade interiorana onde a população, como nos milhares de municípios espalhados pelos rincões do país, não cultiva o hábito da leitura.
O lançamento superou a expectativa da organização, com a presença de um numeroso público, ocupando todas as cadeiras que foram disponibilizadas. Muitas pessoas que compareceram ao local tiveram que ficar em pé para assistir aos discursos e homenagens prestadas ao autor. A prefeita de Surubim, Ana Célia, afirmou que Fernando Guerra é um ícone da cultura surubinense e lembrou de momentos vividos por sua geração narrados no livro. "Fernando é uma pessoa que sempre esteve ligada às atividades culturais da cidade. Esta obra me faz recordar de muitas coisas, como as Vaquejadas que a gente assistia nas arquibancadas, naquela época chamadas de 'puleiros'. Lembro quando morava nesta rua e minha família recebia em casa os amigos no período da Vaquejada. Era uma grande confraternização", recordou.
Após ser homenageado pelos netos, o autor emocionado, relatou parte da longa jornada que empreendeu para escrever a obra. Foram 13 anos de pesquisas e viagens desde o Cariri Paraibano a capitais como Recife, Brasília, São Paulo e Salvador, em busca de documentos que comprovassem as informações repassadas oralmente por personagens que participaram das primeiras Vaquejadas no município. "Para enriquecer este trabalho rodei um pouco o Brasil. No Cariri, entrevistei o vaqueiro centenário Antônio Alexandre que correu na primeira Vaquejada de Surubim. Em São Paulo, localizei na Biblioteca do MASP, a revista ‘O Cruzeiro’ com dez páginas sobre a Vaquejada de 1949 que estão devidamente reproduzidas neste livro. Na Bahia, segui até a Colina da Tatuapara, onde se encontram as ruínas da Casa da Torre, símbolo da expansão pecuária por todo o São Francisco. Em Brasília, frequentei as Bibliotecas do Senado e do Ministério da Cultura. Em Recife, foram o Arquivo Público e a hemeroteca da Fundaj, onde consultei os principais jornais do Estado desde o ano de 1935 até 1975", narrou.
Público lotou área em frente ao Restaurante Capitu (Foto: Reprodução/ Divulgação) |
Durante o lançamento, foi apresentado um filme produzido em 1949 pelo Ministério da Agricultura sobre a Vaquejada de Surubim. A película foi exibida praticamente em todos os cinemas do país. O evento contou também com a apresentação do cantor João Neto e Magno Sanfoneiro, do Coral da Escola Severino Farias e da banda Pinga Fogo. Na quinta-feira (14), o lançamento aconteceu no Parque J. Galdino, em uma área construída para abrigar uma vila temática e já durante a corrida de gado da tradicional Vaquejada. Apenas um contratempo impediu que o evento ocorresse conforme havia sido programado. A dupla Sirano e Sirino foi anunciada pelos proprietários do parque, como a atração musical no lançamento da obra, no entanto, o show não aconteceu. Os motivos ainda não foram devidamente esclarecidos.
Passados esses dois momentos públicos, o livro Memória das Vaquejadas de Surubim continua a ser vendido ao preço de R$ 50, no Restaurante Capitu, localizado na Rua Maria Barbosa, N.º 49, ao lado dos Correios. No mesmo endereço é possível adquirir o DVD com o filme produzido sobre a Vaquejada de 1949. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone: (81) 9-9207-6876.
Do Correio do Agreste