Foto: Reprodução/Pixabay |
Prestes a iniciar a colheita e a moagem da cana-de-açúcar, o setor sucroenergético pernambucano espera aumentar seus níveis de produção nesta safra. A expectativa do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) é ampliar em 23% a fabricação de etanol e em 10% a de açúcar. Afinal, condições climáticas favoráveis farão com que a safra 2018/2019 alcance 12,2 milhões de toneladas de cana, número que é 12% superior ao da safra passada e também deve elevar o número de postos de trabalho gerados pelo setor.
Segundo o Sindaçúcar-PE, 406 milhões de litros de etanol e 834 mil toneladas de açúcar devem ser produzidas no Estado na safra que começa neste mês de agosto e deve empregar cerca de 65 mil pessoas - número 10% superior ao do ano passado. Afinal, os efeitos da seca já começam a se dissipar nos canaviais do Estado, fazendo com que a produção da cana volte a crescer. “O regime de secas fez com que nossa produção caísse de 15 milhões para 10,9 milhões de toneladas de cana nos últimos cinco anos. Mas, agora, nós podemos voltar a crescer, chegando a 12,2 milhões de toneladas, já que o desenvolvimento das chuvas foi favorável neste ano. E, como a cana-de-açúcar é a matéria prima do etanol e do açúcar, também haverá uma alta na fabricação desses produtos”, explicou o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, lembrando que, na safra passada, o Estado colheu 10,9 milhões de toneladas de cana - montante que rendeu 324 milhões de litros de etanol e 750 mil toneladas de açúcar.
Com esse incremento, Pernambuco caminha na contramão do mercado sucroenergético brasileiro. Afinal, o Centro/Sul ainda tem sofrido com o clima seco e, por isso, deve ver sua produção encolher neste ano. O Estado só vai seguir, então, a tendência nacional de dedicar uma parte cada vez maior da sua colheita para a produção alcooleira. Segundo o Sindaçúcar-PE, apesar do seu histórico açucareiro, Pernambuco deve encaminhar 57% da sua cana para as usinas de etanol nesta safra - em 2017/2018, essa participação foi de 53%. “Temos buscado mais o etanol porque suas vendas têm sido mais rentáveis e mais rápidas, por conta da tendência de alta do consumo de biocombustíveis. Os canais de distribuição do açúcar, por sua vez, estão saturados, devido à alta produção de países como a Índia e a Tailândia”, justificou Cunha, dizendo que, mesmo assim, Pernambuco deve exportar 250 mil toneladas de açúcar nesta safra.
Da Folha de PE (Marina Barbosa)