quinta-feira, 29 de novembro de 2018

13° exige cautela nos gastos

Foto: Pixabay
Com o pagamento da primeira parcela da gratificação natalina, nesta sexta (30), trabalhadores devem analisar sua situação financeira para só assim identificar qual a melhor maneira de utilizar o dinheiro extra.

Termina sexta-feira o prazo para que as empresas paguem a primeira parcela do 13° salário. E o valor, estimado em R$ 6,2 bilhões pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), segundo especialistas, deve ser utilizado com cautela pelos mais de 3 milhões de trabalhadores pernambucanos que vão receber a gratificação.

Doutor em educação financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos recomenda que, ao receber o abono natalino, o trabalhador planeje bem o que fazer com a renda extra: comprar, investir ou pagar dívidas. “É preciso que o trabalhador olhe sua vida financeira para identificar como utilizar esse valor de forma consciente, respeitando o padrão de vida da família”, orienta o especialista.

É o caso da atendente Edna Borba, 55 anos de idade e há 30 trabalhando no comércio, que sabe exatamente o que fazer com o plus no orçamento. “Vou fazer compras com uma parte e o que sobrar vai para a reserva financeira. Ninguém sabe o dia de amanhã”, comenta.

E o dia de amanhã, segundo o economista e mestre em economia Tiago Monteiro, é previsível. “Além das contas básicas de início de ano, como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar, para quem utiliza o cartão de crédito, o começo do ano é geralmente quando chegam as compras feitas em dezembro. Então, quem não faz uma reserva com o 13º pode passar de endividado para inadimplente rapidamente”, explica Monteiro. 
É o que pode acontecer com a recepcionista de crediário de uma loja de calçados, Laidjane Maria, 34 anos. Apesar de não ter dívidas, ela não pensa em fazer reserva com a gratificação natalina.“Como é um dinheiro extra que praticamente não conto, vou usá-lo para comprar um celular novo para a minha filha”, afirma a recepcionista.

Para quem está com muita dívida, o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos, recomenda que o ideal é tentar equilibrar as contas e que o trabalhador tente, mesmo precisando, adiar a compra. “Buscar negociar as dívidas em feirões de renegociação é um bom modo de conseguir esse equilíbrio, pois geralmente esses eventos dão descontos vantajosos nas dívidas”, recomenda o economista.

Da Folha de PE