sexta-feira, 8 de março de 2019

Mulheres ganham menos até em funções em que são maioria, diz IBGE

Foto: Marília Lima/Esp.CB/D.A Press

A maioria das mulheres sempre recebeu salários mais baixos do que os homens, mesmo quando exercem funções idênticas. A novidade é que agora é possível constatar que isso ocorre até em atividades profissionais em que elas são maioria, como professoras de nível fundamental, secretárias e vendedoras de cosméticos. 


De um modo geral, em 2018, o rendimento médio das mulheres ocupadas com idades entre 25 e 49 anos de idade (R$ 2.050) equivalia a 79,5% do recebido pelos homens (R$ 2.579) nesse mesmo grupo etário. A população ocupada de 25 a 49 anos totalizava 56,4 milhões de pessoas no Brasil em 2018. Esse contingente era composto por 54,7% de homens e 45,3% de mulheres.

O estudo “Diferença dos rendimento do trabalho de mulheres e homens nos grupos ocupacionais - Pnad Continuada 2018” mostra que no grupo dos profissionais classificados como ciências e intelectuais a participação das mulheres é  63%, mas os rendimentos equivaliam a 64,8% da remuneração dos homens. 

As mulheres também representavam maioria, 60%, no grupo dos trabalhadores de apoio administrativo, mas o percentual do rendimento, embora superior ao registrado no grupo dos profissionais das ciências e intelectuais, equivaliam a 86,2% da remuneração dos homens. Eles são minoria no setor de cosméticos, mas ganham mais. As mulheres eram 59% do contingente de trabalho nessa área,  mas no final do mês recebiam o equivalente a 66,2% da renda masculina.

A participação das mulheres era maior entre os trabalhadores dos serviços domésticos em geral (95,0%), professores do ensino fundamental (84,0%), Trabalhadores de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros estabelecimentos (74,9%) e dos Trabalhadores de centrais de atendimento (72,2%).

Em cargos altos de diretoria e gerência as mulheres estão em desvantagem. Elas receberam o equivalente a 71,3% da remuneração dos homens e representavam apenas 41,8% dos cargos de comando. È a primeira vez que o IBGE desmembra os dados da Pnad por categoria. O IBGE analisou as horas trabalhadas, a cor, a raça, a idade e o nível de instrução das mulheres ocupadas de 25 a 49 anos. Os dados da série histórica (2012 a 2018) são dos 4º semestres de cada ano. 

A única exceção é com relação a membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares. Neste caso, as mulheres receberam 100,7 da remuneração dos homens no período analisado. De acordo com o IBGE, isso ocorre porque as mulheres possuem escolaridade média mais alta dos que a dos homens e não ingressam na carreira no primeiro nível de hierarquia. A maioria começa na frente, aumentando a média salarial. 

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