Imagem: Divulgação/Blog Negócios & Informes |
A economia pernambucana cresceu 1,9% em 2018, mantendo o ritmo do ano anterior, quando obteve 2% de aumento. Os dados, divulgados nesta terça-feira pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas (Condepe/Fidem), mostram que os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) foram puxados, sobretudo, pela produção de veículos, que cresceu 21,3%, e pela expansão de alguns serviços, como turismo, alimentação e entretenimento, que expandiram 3,6%.
Responsável por 76% do PIB estadual, o setor de serviços cresceu 1,7% no total. "Os serviços de alojamento, alimentação, turismo, entretenimento, além daqueles prestados diretamente a empresas (técnico e profissionais) são importantes, mas são reflexos (do aumento da demanda)", explica Rodolfo Guimarães, gerente de estudos e pesquisas socioeconômicas do Condepe/Fidem. "Os de alojamento e alimentação aumentam porque o consumo das famílias também cresce, assim como de empresas de turismo. No caso dos serviços técnicos e profissionais, depende do setor produtivo. Quanto mais a indústria e agropecuária crescem, mais demandam", acrescenta.
Na outra ponta, o setor editorial (livros, jornais, revistas e papelaria) registrou uma queda de 19,1%. O resultado está ligado à crise que o setor vem passando em âmbito nacional, com o fechamento de estabelecimentos e a recuperação judicial de empresas importantes. Tecidos, vestuários e calçados registraram uma retração de 8,3%.
Na indústria, que tem um peso de 19,7% e registrou crescimento percentual de 2%, o destaque foi a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, com 21,3%. "A Fiat (Polo Automotivo da Jeep) faz seu papel de competir no mercado, produz, gera emprego e renda. O produto tem sido bem sucedido, pegou um filão que deu certo, (a companhia) está vendendo e gerando (impacto no) PIB". A planta, localizada em Goiana, na Região Metropolitana, produziu 199 mil veículos dos modelos Renegade, Toro e Compass em 2018.
Na outra ponta, os produtos têxteis registraram queda de 9,4%, seguidos pelos produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,9%). "São produtos como almofadas, puffs, travesseiros e semelhantes", diz Guimarães, salientando que o resultado não leva em consideração o setor de vestuário e o polo de confecções. Sobre o desempenho dos derivados de petróleo, o grande problema está na Refinaria Abreu e Lima (Rnest). "Ela processa menos barris que a capacidade máxima (são cerca de 115 mil por dia diante de uma capacidade de 230 mil no mesmo período)". E há dois motivos para isso, segundo o gerente: a não conclusão das obras da Unidade de Abatimento de Emissões (Snox) e a falta do segundo trem de refino.
Já a agropecuária obteve o maior crescimento percentual entre os setores, com 5,3%. No entanto, o segmento representa apenas 4,3% no PIB do estado. O destaque foi para as lavouras permanentes, especialmente a produção de uva, banana, manga e maracujá que, juntas, cresceram 13,6%. A pecuária, por sua vez, registrou aumento de 3,8% e foi puxada pela produção de ovos e pela bovinocultura de corte. Já as lavouras temporárias, que incluem cana-de-açúcar, feijão, milho, arroz e cebola, caíram 11%.
Do Diário de PE