domingo, 28 de abril de 2019

Prévia da inflação de abril é a maior desde 2015

Simone Melo é dona de bufê e diz que está difícil balancear
os preços  que encontra nas prateleiras com o serviço
que oferece. Foto: Vinicius Cardoso Vieira/CB/D.A Press
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, variou 0,72% em abril, aumentando em relação à taxa de 0,54% em março. Essa foi a maior taxa para o mês desde junho de 2018, quando ocorreram os efeitos da última greve dos caminhoneiros. Além disso, o resultado foi o mais expressivo para o mês desde 2015, quando variou 1,07%. Os números surpreenderam os economistas, que devem revisar a projeção de inflação de 2019.

Mesmo assim, a expectativa dos analistas é de que o IPCA, que é a taxa oficial, fique abaixo do centro da meta, que é de 4,25%. Atualmente, segundo o relatório Focus, do Banco Central, as estimativas estão em 4,01%.

Segundo o IBGE, a variação da prévia da inflação foi de 4,71% no acumulado de 12 meses. O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, ressaltou que os alimentos e os combustíveis são os vilões de abril. “As estimativas para a inflação de 2019 serão revistas para cima, já que as altas do dólar e do petróleo serão reforçadas pelos efeitos importantes da gripe suína que está produzindo um enorme choque de oferta na China. A nossa estimativa para o IPCA de 2019 tende a ficar acima de 4,10%”, destacou.

O economista-chefe da Spinelli Investimentos, André Perfeito, destacou que a taxa deverá ficar próximo de 4% ao término de 2019. “Há muito impacto de combustíveis por conta do preço do petróleo, e não trabalhamos com a hipótese de alta indiscriminada do produto. Já o aumento na alimentação pode ser mais persistente. E, por isso, fica mais evidente que possíveis cortes na taxa Selic não devem acontecer”, destacou.

Os juros estão em 6,5% ao ano e são utilizados, de certa forma, para controlar a inflação. Com a demanda fraca, o índice é o mais baixo da série histórica, mas novas reduções não devem ser feitas pelo Banco Central (BC). Segundo analistas, há riscos de pressões inflacionárias a partir de 2020 com uma possível frustração da reforma da Previdência.

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