Foto: Divulgação/Caixa |
O saque-aniversário, uma das modalidades previstas na Medida Provisória do Novo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que entrará em vigor a partir de 2020, já tem quase 1 milhão de adesões.
A informação é do secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, que, nesta terça-feira (26), participou Correio Debate: Desafios para 2020, realizado pelo Correio Braziliense em parceria com o Sebrae, a Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília e a Buser.
"Já temos R$ 6 bilhões previstos nessa modalidade, que começa em janeiro de 2020. Algo que ainda nem começou ainda e já criamos um mercado de R$ 6 bilhões", destacou o secretário, em referência à Medida Provisória nº 889/2019, de 24 de julho, aprovada pelo Senado no fim do mês passado.
Os senadores aumentaram de R$ 500 para R$ 998 o valor do saque imediato das contas ativas e inativas, outra modalidade da MP 889, que vem injetando na economia R$ 15,6 bilhões e ainda deverá injetar mais R$ 20 bilhões na economia neste ano, pelas contas de Sachsida. Ele informou ainda que essa mudança vai ampliar esse valor em mais R$ 3 bilhões. A matéria ainda precisa ser sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Como funciona o saque-aniversário
O trabalhador que fizer a adesão à modalidade de saque anual deixa de ter direito ao saque da multa de 40% no caso de recisão sem justa causa. Contudo, o governo defende que essa mudança poderá criar um novo mercado de recebíveis e crédito consignado com juros mais baixos para o trabalhador do setor privado, que mudar para o novo modelo de FGTS.
Segundo Sachsida, esse mercado vai conseguir que o recebível do saque anual do FGTS seja usado como garantia para crédito consignado. "O potencial desse mercado é de R$ 100 bilhões de três a quatro anos", destacou.
Durante a sua apresentação, o chefe da SPE reforçou a melhor alocação dos recursos públicos e criticou mais uma vez os gastos de quase R$ 2 bilhões na construção do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, usado como exemplo de desperdício dos recursos públicos. "Temos que tratar o dinheiro público com um pouco mais de respeito", defendeu.
Nesse raciocínio, ele destacou que havia recursos no Fundo que estavam mal alocados e que podem ter uma nova destinação para estimular a economia. "Olhando para o FGTS, vemos que havia R$ 40 bilhões em excesso do que era necessário e num local que não parece a melhor escolha para o dono do dinheiro. Estamos dando a chance para o dinheiro ser investido onde ele tiver melhor retorno possível”, afirmou.
Por: Correio Braziliense