Mercedes-Benz/Divulgação |
Uma das atividades que mais sentiram os efeitos da crise econômica nos últimos anos, o setor de caminhões vive agora uma situação antagônica – e simboliza o reaquecimento do ritmo industrial e das perspectivas mais positivas para o país nos próximos anos.
No acumulado de 2019 até outubro, as entregas alcançaram 83,6 mil unidades, alta de 37,9% em comparação ao contabilizado no ano anterior, quando houve 60,7 mil emplacamentos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
De acordo com a entidade, há uma clara trajetória de recuperação do mercado. “O setor de caminhões mostra crescimento robusto, que cria boas expectativas para o futuro”, diz Marco Antonio Saltini, vice-presidente da Anfavea para o segmento de pesados. “O desempenho até aqui confirma nossa projeção para 2019, de uma evolução de 35%, e indica claramente a mudança de patamar ocorrida nos últimos dois anos, em um ambiente de negócios que está melhorando pouco a pouco.”
Segundo Saltini, a melhora geral é resultado das recentes mudanças na economia, impulsionadas principalmente pelas reformas que estão sendo apresentadas pelo governo. “O que a gente percebe é um movimento muito grande no setor de caminhões e veículos comerciais, de modo geral. Os clientes estão procurando negócios, e isso mostra uma mudança de patamar, com vendas que estão muito acima dos resultados do ano passado”, afirma Saltini. “Há uma retomada ainda lenta da economia, mas o mais importante é a expectativa de que o próximo ano ainda possa ser melhor, continuar crescendo em níveis sustentáveis e que permitam avanços”, observa o executivo da Anfavea.
O mercado deve fechar o ano com 102 mil caminhões vendidos. O último registro acima de 100 mil pesados ocorreu em 2014, com 137 mil emplacamentos. A previsão inicial dos revendedores era de 88 mil unidades licenciadas, o que corresponderia a uma alta de 15%. Já no mês passado, as vendas fecharam com pouco mais de 9,4 mil unidades, volume 19,3% superior ao anotado no mesmo mês de 2018, quando os licenciamentos somaram 7,9 mil caminhões.
O bom desempenho no mercado interno ajudou a amortecer os impactos da crise na Argentina, o maior comprador de veículos do Brasil. As exportações brasileiras para lá continuam preocupando as montadoras. Pelos cálculos da Anfavea, apesar de o embarque de 1,5 mil caminhões em outubro ter gerado alta de 52% em relação ao volume de setembro, os resultados nas comparações anuais seguem muito ruins, com quedas de 13,4% sobre outubro de 2018 (1,7 mil unidades) e de 48,9% no acumulado do ano, de 22,1 mil veículos embarcados no ano passado. Continue lendo, clique AQUI!