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Dados foram divulgados em pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. (Foto: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas ) |
Em um mundo corporativo onde a adesão à informalidade é cada vez maior, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de dezembro divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho mostram que houve a geração de 644.079 novas vagas de emprego formal no país em 2019. Foi o maior saldo de ocupações com carteira assinada em números absolutos desde 2013, com todos os oito setores da economia registrando saldo positivo no ano. O Nordeste, assim como as demais regiões, também apresentou este crescimento enquanto Pernambuco ocupou a 17ª posição entre as unidades federativas, em números absolutos, com saldo de 9.696 novos postos.
Destrinchando o Estado, além do grande quantitativo já esperado quanto a postos de trabalho na capital pernambucana (4.120), destaque para o crescente da abertura de novas vagas no interior do Estado: 8,4% do total delas encontra-se no interior enquanto apenas 1,2% estão na RMR. Petrolina (2.051) e Vicência (1.003) são destaques. A secretária-executiva de Políticas de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Maíra Fischer, afirma que ainda não consegue identificar o que aconteceu de excepcional em Vicência, mas Petrolina é forte na fruticultura (maior geração de renda na região). “Esta interiorização é um fator positivo e uma cobrança da população. Muitos investimentos ainda virão, como novas unidades de Atacarejo, o que gera um encadeamento positivo para toda a região”, analisa.
Quanto aos setores no Estado, somente o de serviços gerou 77% de todos os novos postos de trabalho surgidos durante o ano. Foram 7.501 dos totais 9.696. Ao mesmo tempo, 96.244 novas empresas foram abertas. Um aumento de quase 17% já que em 2018 o quantitativo destas novas firmas foi de 79.983. Para Maíra, os números são consequência do crescimento paulatino de segmentos como o setor médico (4,1 mil novas vagas em 2019) e o de ensino, além de outros como logística, que não apresentava destaque positivo e que, no ano passado, gerou 1000 vagas. “Posso citar a abertura de novos tipos de negócio neste ramo como o centro de distribuição da Amazon. Além disso, com o setor industrial cada vez mais mecanizado, indiretamente acaba aumentando o quantitativo de serviços prestados a ele”, afirma. Sobre a construção civil, Pernambuco não teve um número expressivo tal qual o restante do país o que se deve, segundo ela, ao fato de que a maior parte dos investimentos estruturados estarem agendados para serem iniciados ainda neste ano. “Para quem vinha caindo muito e agora zerou a queda, a perspectiva para é ascendente”, prevê.
De acordo com o Secretário de Trabalho de Pernambuco, Alberes Lopes, o resultado mostra uma sinalização da retomada da economia Pernambucana. “No resultado acumulado do ano, crescemos quase cinco vezes mais na geração de empregos em relação a 2018. Esta aceleração repercute positivamente na criação de postos de trabalho”, afirma. Ele destacou, ainda, o fato de o Estado terminar o ano batendo recorde na geração de novos negócios (R$ 15 bilhões com segmentos do setor produtivo e incentivos do Prodepe) e da projeção do PIB (2%) ser maior do que a brasileira (em torno de 1%). “O resultado é uma conquista para os trabalhadores”, sintetiza.
Desempenhos significativos do Agronegócio e da Indústria da Transformação
Um dos maiores destaques da pesquisa foi o desempenho do agronegócio, com 3.403 novos postos, acima inclusive do comércio (2.654). Foi o segundo maior do Brasil, só superado por São Paulo. Fator ao qual Maíra credita a manutenção de um crescimento sustentável do segmento ao longo dos anos, ligado, ainda, a um cenário mais favorável para a exportação devido a fatores como a maturidade das empresas – notadamente no Vale do São Francisco – e alta do dólar. Já a respeito do saldo negativo da indústria da transformação (-3.171 postos), é algo, na opinião da secretária, reversível. Ela acredita que apesar das vagas perdidas com o fechamento do estaleiro de Suape e da questão da mecanização e automação crescente dos postos de trabalho, há uma diversificação e aumento do quantitativo do setor. “Temos expansão de indústrias instaladas, como as de bebidas, além da chegada de outras, como farmacêuticas, por exemplo. Em 2020, novos investimentos ainda fortalecer setores como o automotivo e de energia”, detalha.
ARTES -
* Novos postos de trabalho nas cinco regiões (ano):
Sudeste - 318.219
Sul 143.273.
Nordeste - 76.561 (crescimento de 1,21% em relação ao ano anterior)
Centro Oeste – 73.450
Norte - 32.576.
*Novos postos de trabalho nos estados (ano):
São Paulo - 184.133 novos postos
Minas Gerais - 97.720
Santa Catarina -71.406.
Pernambuco - 9.696
*Novos Postos de trabalho em Pernambuco (principais cidades):
Recife – 4.120
Petrolina - 2.051
Vicência – 1.003
*Novos Postos de trabalho em Pernambuco por setores:
Serviço: 7.500
Agropecuária: 3.403
Comércio: 2.654
Administração Pública: -64
Extrativa Mineral: -89
Construção Civil: - 215
Serviços Industriais de Utilidade Pública: - 323
Indústria de Transformação: - 3.171
Do Diario de PE