Cartões de créditoFoto: Arquivo / Agência Brasil |
A expectativa é de que ao final desta primeira etapa, aproximadamente 120 milhões de consumidores passem a fazer parte do Cadastro Positivo
A consulta do Cadastro Positivo, que reúne informações sobre os pagamentos de pessoas físicas e jurídicas, está disponível a partir deste sábado (11). Com o histórico, cada consumidor terá uma nota (de 0 a 1000) que é calculada a partir de informações pelos birôs de crédito - Serasa, Boa Vista, Quod e SPC. A expectativa é de que ao final desta primeira etapa, aproximadamente 120 milhões de consumidores passem a fazer parte do Cadastro Positivo. Todos os brasileiros serão incluídos no Cadastro de forma compulsória.
O objetivo do Cadastro, é que com as informações reunidas de dados financeiros dos clientes, será mais fácil para as empresas e bancos concederem crédito. A partir disso, a expectativa é que haja menos burocracia no acesso ao crédito e ainda com juros menores. Um outro benefício é que com o Cadastro deve haver uma redução nos níveis de inadimplência, que em dezembro de 2019 o percentual de famílias com dívidas alcançou 65,6%, chegando ao maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
“Com o cadastro, o consumidor passa a ser avaliado por contas pagas em dia, o que proporciona uma visão mais ampla das empresas, que fazem concessão de crédito”, ressalta o gerente de Cadastro Positivo do SPC, Vilásio Pereira. Ele ainda revela que baseado em experiência de outros países, uma simulação foi feita para o Brasil. “Nos próximos 10 anos deve haver uma redução de 45% no nível de inadimplência e uma queda de cerca de 75% nas taxas de juros”, acrescenta. As empresas, da mesma forma que as pessoas físicas, também ficarão sujeitas ao Cadastro Positivo.
Por outro lado, a especialista em dados digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Bárbara Simões, enxerga com preocupação a inclusão de dados dos consumidores. “A fato de incluir automaticamente é perigoso. Não está muito claro como que isso impacta a redução de juros aos consumidores”, detalha. No entanto, de acordo com ela, quem desejar, pode solicitar para ser retirado do Cadastro. “Basta o consumidor ir em qualquer birô de crédito e comunicar o cancelamento. Com isso, esse birô precisa informar a saída para os demais”, explica a especialista que afirma ainda a indefinição dos birôs a respeito da documentação necessária para o cancelamento. Bárbara ainda detalha que caso o consumidor não tenha interesse em adquirir crédito não faz sentido permanecer no Cadastro. “Com isso você fica mais exposto por conta do compartilhamento de dados”, complementa.
Da Folha de PE