Foto: Bruna Costa / Esp. DP FOTO |
Pernambuco passou a adotar medidas restritivas mais intensas para conter a disseminação do coronavírus a partir da segunda quinzena de março e o monitoramento da eficiência das ações tem contado com o apoio de soluções tecnológicas do próprio estado. A In Loco, empresa pernambucana de geolocalização, está usando uma base com mais de um milhão de pessoas abrangendo todo o estado, sendo 700 mil só no Recife, para mapear os locais que estão respeitando as medidas de isolamento social. No ranking entre os estados com maior índice de isolamento, Pernambuco ocupava o segundo lugar na útima segunda-feira, com 50,6%, atrás apenas do Distrito Federal, que registrou 55,9%.
Nos finais de semana, o isolamento tende a crescer naturalmente, principalmente em um feriadão, como foi o da Sexta-Feira Santa. No último domingo, o isolamento alcançou 60% da população em Pernambuco, tendência seguida pelos demais estados. Tanto que, apesar de aumentar o percentual, o estado caiu para sexta colocação do ranking, atrás do Distrito Federal, Goiás, Amapá, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará, todos entre 61% e 63%. Segundo André Ferraz, CEO da In Loco, os resultados são enviados diariamente, e Pernambuco está sempre em posição de destaque no país. “O estado está conseguindo se manter melhor do que outros estados do Brasil, entre o top cinco ou top 10, e isso significa que as medidas têm funcionado bem”, ressalta.
Entre as medidas adotadas em Pernambuco estão a suspensão das atividades do comércio não essencial, proibição de reuniões e aglomerações com mais de 10 pessoas, além do fechamento de praias, parques e do calçadão. Com a amostragem de pessoas que a In Loco consegue mapear em Pernambuco, é possível obter dados dos locais que ainda têm uma grande movimentação. “O número de pessoas mapeadas tem aumentado, mas ainda um pouco devagar. De qualquer forma, a base que tínhamos é muito significativa, com mais de um milhão de pessoas no estado. É uma amostra grande o suficiente para conseguir ter uma estatística com alto nível de confiança”, explica André Ferraz.
Com a análise dos dados, ainda que Pernambuco esteja com um resultado positivo, existem locais que precisam de uma atenção maior, já que o movimento não caiu tanto quanto deveria e o mapeamento ajuda nessas regiões. “A gente percebe que os dados trazem resultados práticos porque, com eles, é possível fazer campanhas de conscientização nessas regiões, como carros de som que são direcionados para os locais com menor índice de isolamento”, pontua.
Além disso, é preciso ter cuidado com o relaxamento das pessoas em relação ao isolamento social com o passar do tempo. No último dia 7, Pernambuco registrou 53% de isolamento, enquanto o Distrito Federal e Goiás tinham 56%, os três primeiros do ranking. Segundo André Longo, secretário de Saúde do estado, o ideal é atingir uma média de 70% de isolamento. “A diferença, de uma forma geral, é que no Brasil está havendo um maior relaxamento ao longo do tempo, ainda é pequeno, mas suficiente para assustar. Estamos vendo uma média de isolamento girando em torno de 50% e 60%, que ainda não está dentro do ideal”, acrescenta.
A In Loco já estuda cruzar os dados do levantamento de isolamento social com de outras plataformas, o que poderia gerar informações mais precisas não só sobre o fluxo de pessoas no estado, mas também alinhar dados sobre os casos da Covid-19. “A gente está fazendo algumas pesquisas com alguns institutos. Não chegamos, até o momento, a fazer algo com a plataforma Atende em Casa - Covid 19 (plataforma de telemedicina que consegue mapear onde estão os casos suspeitos), mas estamos abertos a colaborar, obviamente tomando todos os cuidados possíveis sobre privacidade”, garante.
Do Diario de PE