Foto: Andrea Rego Barros / PCR |
A pandemia do novo coronavírus paralisou atividades econômicas em Pernambuco e em todo o Brasil. Essa medida de suspensão se fez necessária para conter ainda mais o avanço do contágio da doença. Em paralelo, foi necessário também construir um plano para o retorno. Um grupo de técnicos do Governo de Pernambuco, com o apoio de uma consultoria externa, está se dedicando a avaliar toda essa situação desde os últimos dois meses. Através de secretarias ligadas à economia, o governo montou um cronograma que prevê a retomada gradativa e planejada das atividades econômicas no período de 11 semanas. Esse retorno está atrelado aos dados de evolução da pandemia em Pernambuco.
Atualmente, esse cronograma está no gabinete do governador Paulo Câmara para ser analisado. "Aguardamos que os dados da saúde para conter o estágio de contaminação seja melhor para podermos anunciar a divulgação da retomada no fim da quarentena, que está programada para domingo", disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, em coletiva de imprensa virtual, nesta quinta-feira (28).
Pelo planejamento, está previsto a cada setor produtivo um plano de trabalho em horários diferenciados com o objetivo de reduzir o número de trabalhadores nos horários de pico do transporte público da Região Metropolitana do Recife (RMR). Cada atividade econômica também terá um protocolo de funcionamento específico com três eixos: regras de distanciamento social; de higiene, de comunicação e monitoramento. "Os técnicos avaliaram cada atividade econômica, sua essencialidade, os cuidados com a saúde e a relevância na geração de empregos", contou Schwambach.
Com essa suspensão das atividades econômicas, Pernambuco deixou de arrecadar muito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que representa 74% de toda receita corrente líquida do Estado. A estimativa anunciada pela secretaria da Fazenda de Pernambuco é que o Estado tenha queda de R$ 3,7 bilhões na arrecadação do ano. "Em março deixamos de arrecadar R$ 90 milhões, que foi naquele início de pandemia. Em abril, com a pandemia crescente, foram R$ 246 milhões a menos. Em maio, a previsão é de arrecadar entre R$ 545 milhões e R$ 550 milhões a menos da principal receita de Pernambuco", explicou o secretário da Fazenda, Décio Padilha.
A expectativa é que junho e julho ainda sejam de queda. "O efeito vai até o final do ano, ou seja, até lá a economia estará retraída", disse Padilha, ao informar que Pernambuco teve um gasto de R$ 950 milhões que não estava previsto no orçamento, para o combate à pandemia.
Ainda de acordo com Padilha, o pacote de socorro financeiro do Governo Federal anunciado nesta quinta-feira (28) é insuficiente. "O cenário é muito adverso. Temos um plano para enfrentar, mas precisamos de ajuda federal porque o déficit de caixa do governo no Estado já é de R$ 2 bilhões", informou o secretário.
Da Folha de PE