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As indústrias de Pernambuco estão acumulando perdas no faturamento, deterioração dos postos de trabalho e uma redução do seu fluxo de caixa. As informações são de um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), que aponta que 85,54% das empresas locais registraram queda em seu faturamento, enquanto quase 50% pretendem demitir funcionários em breve.
Quanto aos próximos dias, onde o isolamento social será mais rigoroso em Recife, e em quatro cidades que integram a Região Metropolitana, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e São Lourenço da Mata, o setor industrial pernambucano teme por um cenário mais drástico, onde as empresas estarão com a produtividade em baixa e sem condições de escoar a sua produção.
Segundo o gerente de Relações Industriais da Fiepe, Maurício Laranjeira, apesar da situação mais delicada no momento, as indústrias buscam alternativas para sobreviver desde o começo da pandemia no Brasil. “Medidas como férias coletivas, redução de carga horária e suspensão de salário já foram tomadas. Já que as soluções estão esgotadas, infelizmente, a alternativa será pela demissão para garantir o mínimo de sustentabilidade possível para os seus negócios”, disse.
Como prova disso, estão os números levantados pela Federação. Segundo os dados, 61,96% optaram por antecipar as férias dos seus colaboradores, sendo o setor da construção civil o que mais tem recorrido à alternativa (28,4%), seguido das indústrias de bebidas (17,4%). Das que não precisaram tomar esta decisão, estão as indústrias de alimentos e as do setor químico, que são bastantes demandadas pelo mercado consumidor. No ranking, elas aparecem no primeiro e no segundo lugar, com 18,8% e 10%.
Segundo a pesquisa da Fiepe, dos segmentos que ainda pretendem realizar demissões, construção civil segue na ponta, com 25,2%. Já as indústrias de bebidas e têxtil aparecem com 17,1% e 9,9%, nesta ordem. Observa-se também que 39,6% das empresas que pretendem demitir são de médio porte, frente as de pequeno porte, com 32,4%. As empresas de micro e grande porte também apresentam percentuais significativos das que pretendem realizar desligamentos, com 17,1% e 10,8% (nesta ordem).
Segundo Maurício Laranjeira, a redução dos funcionários acarreta em uma produtividade menor, o que impacta no faturamento das indústrias. “O que vemos, da última pesquisa para esta, é que o faturamento das empresas continuam caindo e isso se deve ao fato de que muitas optaram por segurar os seus colaboradores na expectativa de que o cenário melhorasse no médio prazo, coisa que não aconteceu”, finalizou.