(Foto: Armando Artoni/Divulgação. ) |
Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE, os números de maio apresentaram um desempenho negativo em relação ao mesmo mês do ano passado, com recuo de 43,8% nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças em Pernambuco. Porém, o resultado não reflete a sensação do setor no estado. "Essa queda acentuada tem uma explicação. É bom lembrar que esse volume conta com as vendas dos produtos exportados, do que vende aqui e é enviado para outro lugar, e isso teve uma queda realmente muito grande", explica Rafael Ramos, economista da Fecomércio-PE.
Mas o comportamento do consumidor pernambucano segue outra tendência. "Com o isolamento social, as pessoas estão buscando o transporte de uma maneira individual como forma de evitar a exposição ao contágio do coronavírus, ainda existe um comportamento conservador em relação à infecção para não usar o transporte coletivo. Além disso, com o desemprego alto, muita gente acaba comprando um carro para começar a trabalhar em transporte de aplicativo", acrescenta.
Para Marcony Mendonça, diretor geral do Grupo Italiana, o mercado de automóveis surpreendeu. "Havia uma demanda reprimida por conta dos três meses fechados, então as vendas foram acima das expectativas na reabertura das lojas. Mesmo assim, ainda não atingiu o patamar anterior. A Italiana vendia em torno de 500 carros por mês antes da pandemia e agora a previsão é cair para 400. A procura maior é por seminovos. E, de toda forma, não sabemos o que vai acontecer nos próximos 30 a 60 dias, pode ser que caia", pontua. Inclusive, os planos de investimentos do grupo não foram paralisados durante a pandemia e uma nova loja da Jeep Italiana foi inaugurada nesta semana no Pina. "A loja estava 90% pronta antes da pandemia e teve que parar a construção e agora inauguramos. A expectativa é dobrar as vendas do que tínhamos com a unidade da Caxangá porque vamos estar mais próximos do público-alvo", acrescenta.
O mercado de seminovos também está se reaquecendo. "O valor é um pouco menor e o carro novo geralmente desvaloriza muito e até a própria revenda é difícil. O seminovo, mesmo que for repassar, não vai desvalorizar tanto", diz Rafael Ramos. Na JBS Veículos, de seminovos, as vendas tiveram uma queda brusca em abril, de 60%. Porém, nos meses seguintes, os números já passaram amostrar uma recuperação."A gente acredita que a retomada não está demorando tanto quanto algumas análises previam, não está sendo tão tardia. De abril para maio, houve um aumento de 90% nas vendas, mesmo percentual alcançado na passagem de maio para junho. E o ritmo de vendas nesse mês esta igual", afirma Saulo Galvão, sócio da JBS Veículos. "A gente vende seminovo com pouco tempo de uso e os clientes fazem a conta quando vão comparar com o preço do zero. Nosso estoque baixou, mas não zerou porque, diferente de outras lojas que pararam de comprar, nós continuamos", complementa. Para continuar lendo, clique AQUI.