quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Desemprego cresce pelo quarto mês seguido em Pernambuco

(Foto: Gabriel Melo/Arquivo DP)
Se o cenário de antes da pandemia do coronavírus na economia pernambucana era de uma lenta recuperação, o isolamento social voltou a agravar o panorama. O desemprego cresceu pelo quarto mês consecutivo em Pernambuco alcançando 15,3% em agosto, segundo a PNAD Covid, divulgada pelo IBGE. O índice foi de 13,5% em julho, 12,6% em junho e 10,5% em maio. O resultado de Pernambuco em agosto também ficou acima da média nacional, que foi de 13,6%. No estado, no mês passado, 574 mil pessoas estavam desempregadas e buscavam ativamente por um emprego, mas não encontraram. A variação chega a 50,2% em relação a maio, primeiro mês do levantamento, quando eram 382 mil pessoas na mesma situação.


Os números se agravaram por conta da pandemia e da paralisação das atividades econômicas, que estão sendo retomadas gradualmente em Pernambuco. "Alguns setores ainda estão parados, como o de serviços, que gera muito emprego. Parques aquáticos, circos, setor de recepções, por exemplo, ainda não voltaram. E são segmentos que aquecem outros que não fazem parte da cadeia. Isso tem um impacto grande na geração de emprego no estado", afirmou Alberes Lopes, secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco.


Já o número de pessoas ocupadas, por outro lado, apresentou crescimento em Pernambuco, passando de 3 milhões e 153 mil em julho para 3 milhões e 177 mil pessoas em agosto, subindo em 24 mil trabalhadores. Ainda no mês passado foi registrada uma retração na população fora da força de trabalho, que é o grupo que não estava nem trabalhando e nem procurando por emprego, mas que gostaria de trabalhar e não procurou uma vaga por conta da pandemia ou por falta de oportunidade. Em agosto, era 1 milhão de pessoas contra 1 milhão e 219 mil pessoas em julho.


Também apresentou queda o número de pessoas ocupadas e afastadas do trabalho por conta do distanciamento social pelo quarto mês seguido no estado. O recuo foi de 45,6% na variação mensal, já que em julho eram 313 mil e em agosto eram 170 mil. Da população ocupada e não afastada do trabalho, 9,5% trabalharam de forma remota no mês passado, contra 10,7% em julho. Entre as pessoas ocupadas e afastadas, 69 mil deixaram de receber remuneração em agosto, contra 620 mil em maio.


Desde maio, é a primeira vez que a pesquisa revela um leve recuo no número de domicílios pernambucanos em que pelo menos um dos moradores recebeu auxílio emergencial. Foram 56,4% em agosto contra 57,9% em julho. Em números absolutos, 1 milhão e 732 mil lares receberam o benefício no mês passado. O valor médio recebido foi de R$ 912 em agosto contra R$ 932 em julho. Já a taxa de informalidade no estado saiu de 40,7% em julho para 41,7% em agosto, chegando a 1 milhão e 326 mil trabalhadores, 42 mil pessoas a mais.

Do Diario de PE