A situação de Cristina é a mesma que muitas domésticas enfrentam após a chegada da pandemia de Covid-19 ao país. As medidas adotadas para conter a disseminação da doença, como o distanciamento social e as restrições para o funcionamento de comércio e serviços, afetaram sobretudo trabalhadores do setor de serviços.
Segundo Barbara, os empregadores alegaram motivos distintos para a dispensa, mas sempre ligados à pandemia. Ela conta ter ficado sem trabalho em meados de março e abril, quando a maior parte do país passou a adotar medidas restritivas para combater o novo coronavírus.
"Em uma das casas, fui mandada embora porque o orçamento dos patrões caiu, eles trabalham com empresas que foram afetadas pela pandemia. Nas outras, como tinham idosos ou crianças, ficaram com medo que eu levasse a pandemia para dentro da casa deles e me dispensaram", afirma.
Números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que os trabalhadores domésticos e ligados à prestação de serviços às famílias ainda são os que mais sofrem com a pandemia da Covid-19 no Brasil.
Mesmo com a ligeira recuperação em outras áreas, principalmente aquelas com trabalhos que exigem maior qualificação, que se adaptaram ao home office, esses segmentos seguem sem conseguir criar novas vagas.
Segundo dados da Pnad Covid, pesquisa criada pelo IBGE para mensurar os efeitos da pandemia no país, desde maio foram cerca de 500 mil postos de trabalho perdidos nos serviços domésticos. Em um ano, o setor doméstico perdeu 1,7 milhão de postos, de acordo com a pesquisa Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua referente a julho. Por utilizarem metodologias distintas, as duas pesquisas não são comparáveis, mas apontam o cenário dramático do trabalho doméstico. Para continuar lendo, clique AQUI! Foto: Claudio Cruz / AFP