A Black Friday, tradicional evento de promoção dos Estados Unidos, caiu de vez no gosto dos pernambucanos. De acordo com levantamento realizado entre os dias 18 e 19 de novembro, 49,7% dos consumidores do estado pretendem comprar algo na sexta-feira (27). A pesquisa foi realizada de forma inédita pela Fecomércio-PE, realizada através do Instituto Oscar Amorim de Desenvolvimento Econômico e Social (Instituto Fecomércio-PE) e em parceria com o Sebrae/PE. Os dados foram obtidos após entrevista com 918 pessoas.
Segundo o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos, o resultado era o esperado devido a conjuntura da economia do estado. “Apesar de o segundo semestre ser melhor que o primeiro, a situação ainda não é a ideal. Mas a pesquisa já mostra o aumento na intenção de consumo quando comparamos ao Dia das Crianças, levantamento imediatamente interior a esse. O índice foi de 38,5% para 49,7%, ou seja, sendo positivo”, comenta.
Pela Black Friday ser muito ligada ao comércio online, a expectativa pela data é ainda mais positiva porque muitas pessoas tiveram que aprender a utilizar o ambiente virtual durante o isolamento social. Apesar disso, uma parcela da população ainda tem receio de comprar no e-commerce. Outro ponto observado pela pesquisa como fator de restrição nas intenções dos pernambucanos são as dúvidas dos consumidores a respeito da credibilidade da data, devido principalmente à maquiagem de preços ocorrida nos primeiros anos.
Atestando o ambiente digital como característico da data, a pesquisa mostrou que o comércio eletrônico é o meio com maior intenção de consumo entre os pernambucos para a promoção (53,5%). Os demais canais também apresentaram percentual significativo de participação, com o comércio de rua e o de shopping alcançando 27,4% e 18,9%, respectivamente.
Entre os que pretendem comemorar a data, a maioria é do sexo masculino (55,0%) e com idade entre 18 e 29 anos (54,4%). Quanto mais se avança na faixa etária, menor é a intenção da população em comprar no período da Black Friday, com os mais velhos (maior que 60 anos) atingindo 37,8% de interesse em comprar. “Aqui cabe novamente a questão do consumo pela internet, que faz com que as pessoas mais novas tenham a maior adesão à data. As pessoas acima de 60 anos, como não têm muita familiaridade com o digital, acabam ficando receosas em comprar virtualmente”, analisa Rafael Ramos.
Os itens mais citados na pesquisa foram as roupas e os sapatos, com 18,4%, seguidos pelos equipamentos eletrônicos, celulares, tablets e utensílios domésticos. O método de pagamento será, em sua maioria, pelo cartão de crédito, com os consumidores pretendendo gastar até R$ 150. Segundo Rafael Ramos, a intenção de compra no cartão reflete a redução dos auxílios emergenciais disponibilizados pelo Governo Federal, com as famílias dispondo de um orçamento mais apertado e impossibilitando o consumo à vista.
Já os que não pretendem consumir na Black Friday apresentaram dois principais motivos para isso: estão sem ou pouco dinheiro (32,5%) e consideram que os preços estão elevados (20,9%). O isolamento social foi percentualmente o menos apontado, alcançando 9,2% das respostas.
Da Folha de PE