Depois de um 2020 entre altos e baixos, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de Pernambuco começa 2021 com estabilidade. A pequena variação de 0,1 ponto elevou o resultado para 59 pontos e vem sacramentando a sequência de altas desde a flexibilização da economia, iniciada em junho do ano passado. Acima da média de 50 pontos, o quadro atual indica que os empresários estão confiantes e buscam retomar o cenário que viviam antes da pandemia da Covid-19.
De acordo com o economista da Federação das Industriais do Estado de Pernambuco (FIEPE), Cézar Andrade, essa estabilidade é natural porque os empresários estão na expectativa de que pautas estratégicas saiam do papel para, enfim, acelerar a retomada. “Além da vacina, espera-se que, este ano, as pautas das reformas administrativa e tributária entrem no debate e sejam aprovadas, então é natural que os empresários estejam otimistas, mas sem deixar de observar o cenário atual e o desenrolar dessas conversas”, disse.
Andrade destacou ainda que esse resultado é comum após meses superaquecidos, como no caso de novembro e dezembro, em razão das festas de fim de ano. “Se compararmos com os índices de antes da pandemia, é verdade, ainda está abaixo e se analisarmos com o dado do Brasil também estamos um pouco atrás, mas essas diferenças são totalmente possíveis de serem alcançadas”, analisou o economista. Em fevereiro de 2020, o índice estava em 62,3 pontos e, este mês, o do Brasil marcou 60,9 pontos. Observa-se, entretanto, que as margens entre os resultados são pequenas.
Para chegar ao dado de 59 pontos de janeiro, a FIEPE avalia duas questões: condições atuais e expectativas, se baseando nas respostas dos empresários. O primeiro foi o responsável pela manutenção do dado geral, já que apresentou declínio de 1,4 ponto, chegando a 54,2 pontos na passagem de dezembro para janeiro. “Isso pode ter acontecido pela falta de previsibilidade quanto ao futuro, o que, de certo modo, gera essa indefinição”, frisou. Na época da coleta da pesquisa, o plano de imunização contra a Covid-19 ainda era uma incógnita para os brasileiros.
Já o segundo, o de expectativas, se mostrou mais otimista em relação aos seis meses seguintes. No mês em questão, esse índice teve um pequeno aumento de 0,1 ponto frente ao mês de dezembro e atingiu 61,4 pontos. “Esse comportamento é mais comum, pois há uma tendência de que o futuro sempre resguardará soluções para as dificuldades atuais”, explicou Andrade.
Empresas x setores
As indústrias de pequeno porte apresentaram um forte aumento em janeiro, enquanto as indústrias de médio e grande porte recuaram sua confiança nesse período. As pequenas empresas, que desde início da pandemia foram as mais atingidas, apresentaram um aumento de 9,4 pontos, atingindo 58,9, voltando a ultrapassar os 50 pontos. Já as empresas de médio (58,7) e grande (59,2) porte continuam acima dos 50 pontos, mas com variações de 1,3 e -2,7 pontos, respectivamente. No comparativo com janeiro de 2020, os três portes apresentaram queda: as pequenas, as médias e as grandes empresas tiveram suas confianças retraídas neste período em 2,1; 4,4; e 2,9 pontos, nesta ordem.
DA ASCOM