Tereza Cristina deu declaração enquanto o Brasil recebe críticas de outros países por sua política ambiental e pelos índices recordes de desmatamento
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou, nesta quarta-feira (27), em evento virtual do Fórum Econômico Mundial que a inovação é o único fator capaz de conciliar produção de alimentos e proteção do meio ambiente.
"A inovação é imprescindível para adequar a agropecuária à realidade global e é o único vetor capaz de conciliar segurança alimentar com preservação ambiental", afirmou.
A ministra deu a declaração no painel "Destravando inovação para transformar sistemas alimentares" enquanto o Brasil recebe críticas de outros países por sua política ambiental e pelos índices recordes de desmatamento.
Apesar de citar que a bioeconomia e a sustentabilidade fazem parte dos eixos estratégicos de seu ministério, ela não mencionou outras iniciativas do governo voltadas à proteção ambiental.
Tema presente nas decisões de investidores internacionais para alocar recursos, o meio ambiente ganhou relevância nas discussões do Fórum Econômico Mundial desde o ano passado.
O Fórum lançou em 2020 a iniciativa "O Grande Recomeço" (The Great Reset), que faz referência ao mundo pós-Covid e à preocupação com vidas humanas, recuperação econômica e uso sustentável de recursos do planeta.
O evento que acontece nesta semana recebeu o nome de Agenda Davos e acontece nesta semana de forma virtual como espécie de preparação para a reunião anual sendo planejada para maio em Singapura, ainda em meio às incertezas com a pandemia.
A ministra defendeu em sua fala a expansão tecnológica entre pequenos produtores e disse que isso também vai estimular jovens do meio rural a não migrarem para o ambiente urbano.
"Temos mais de 4,5 milhões de pequenos produtores, e essa integração [digital] fará com que os jovens fiquem no campo e possam trabalhar, manter suas famílias e não deixar a população tão envelhecida que temos hoje no meio rural", disse.
Para ela, o Brasil está em processo acelerado de inovação tecnológica no campo e a próxima década será marcada pela convergência entre o digital e o biológico.
"Nos últimos anos, o volume de investimento em agritecs [empresas que investem em tecnologia e agricultura] no Brasil tem subido muito. Saltou de US$ 4 milhões em 2013 para mais de US$ 200 milhões em 2019", disse.
Segundo ela, mais de 2.000 empresas no Brasil investem hoje no desenvolvimento de tecnologias, como protocolos de certificação e rastreabilidade, que permitem produtos mais sustentáveis e seguros para os consumidores.
Da Agência Brasil / Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil