segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Transportes, hospedagem e alimentação são os mais afetados durante o Carnaval

Por conta do cancelamento das festividades carnavalescas, devido à pandemia da Covid-19, alguns setores como transportes, hospedagem e alimentação serão mais afetados, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em 2020, as datas de folia movimentaram aproximadamente R$8 bilhões e geraram cerca de 25 mil empregos em todo o Brasil. Em Pernambuco, segundo a Secretaria estadual de Turismo, o Carnaval movimentou cerca de R$2,3 bilhões.


No estado, a festividade é marcada pela grande movimentação de turistas, gerando renda e emprego para a população, explica o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos. “Os impactos vão ser diretos nos estabelecimentos formais, mas também na informalidade, que se cria muita renda através da festividade. A gente vai ter um setor, que tem uma cadeia produtiva imensa, afetada de uma maneira geral, a gente não vai ter as pessoas se deslocando para ir a blocos, festas, camarotes, não vai ter as viagens, assim como as hospedagens também não vão receber o fluxo de turistas que recebem normalmente, porque muita gente vem até aqui justamente por conta do Carnaval”, explica.


A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calcula que o segmento do turismo, um dos mais afetados pela pandemia, perdeu R$261,3 bilhões em todo o Brasil, de março a dezembro de 2020, o equivalente a mais de quatro meses de faturamento. “É um estrago enorme, e a recuperação vai demorar, ficando, provavelmente, para 2022, 2023. Já vimos alguma retomada no comércio, agropecuária, indústria, mas, no setor de serviços, não”, esclarece Fabio Bentes, economista da Confederação.


Para a recuperação dos setores, a imunização é um dos pontos mais importantes. “A imunização é uma das questões mais importantes para as pessoas terem confiança para se deslocarem até os locais. E caso não tenha para todos, é necessário achar um medicamento que possa combater a infecção. A gente não tem ainda um plano de vacina que mostra uma aceleração em termos de vacinação, isso faz com que as projeções de recuperação do setor sejam ainda mais adiadas e a gente também não tem um medicamento que mostre eficácia para controlar a infecção no corpo das pessoas”, destaca o economista da Fecomércio-PE.


Além do setor de turismo, o segmento de vestuário, calçado e acessórios também é afetado pela não realização do Carnaval. “Grande parte do setor de fantasias, itens e acessórios é movimentado no comércio de rua, geralmente por pessoas que só tem aquele estabelecimento como renda principal”, ressalta Rafael.  


Da Folha de PE / Foto: Paulo Paiva /DP