Foto: Divulgação / Luís Fernando Germano
"As novas medidas de quarentena anunciadas, hoje (15/3), pelo Governo de Pernambuco implicam em impactos extremamente negativos para o setor do comércio de bens, serviços e turismo do estado de Pernambuco. Mais uma vez, compreendemos que a adoção de novas medidas restritivas é necessária para o controle do nível de infecção, evitando colapso no sistema público de saúde, mas a nossa luta para a sobrevivência das empresas locais continua.
Destacamos que o anúncio de medidas de isolamento mais duras e o fechamento do comércio, em 2020, resultou em queda expressiva do volume de vendas do varejo, que, em abril, registrou o pico negativo de -16,6%. Além disso, o mercado de trabalho foi gravemente afetado, com o saldo negativo geral de vagas formais atingindo – 69.865, em junho de 2020, pós lockdown em Recife, com participação de 24,2% do saldo vindo do comércio, que corresponde a -16.960. Outro setor bastante impactado com as medidas restritivas foi o de turismo, com prejuízos superiores a R$ 290 bilhões, a nível nacional, nos 12 meses de pandemia.
O período de proibição de funcionamento dos setores não essenciais terá um desdobramento extremamente danoso para a economia. A expectativa é de que um número grande de empresas que estavam resistindo à crise, mesmo com baixo desempenho nas vendas, não suporte mais este momento e encerre as suas atividades, implicando na perda de investimentos, empregos e renda.
Outro ponto importante a ser destacado é que muitos destes negócios já recorreram a linhas de crédito subsidiadas, apresentando assim endividamento mais elevado do que no mesmo período de 2020, limitando ainda mais a capacidade de manutenção da atividade em mais um período em que a restrição de abertura dos estabelecimentos não essenciais irá reduzir o desempenho das vendas.
Reiteramos a importância do diálogo e interlocução entre o governo estadual e as instituições de representação empresarial. A participação das entidades empresariais amenizará os impactos negativos das medidas restritivas, visto que trará transparência e previsibilidade, possibilitando aos negócios locais a criação de planos mais eficientes na minimização dos prejuízos advindos do atual cenário.
A Fecomércio-PE considera extremamente importante a luta pela vida das pessoas, mas espera que exista também um olhar voltado à sobrevivência das pessoas jurídicas, responsáveis pela realização de investimentos importantes para o crescimento econômico do país, da geração de emprego e renda, além de ser fonte de recursos do setor público através da arrecadação de impostos. Sem o setor produtivo, dificilmente existirá o setor público."