Em março, o resultado da caderneta foi negativo em R$ 3,52 bilhões. Em fevereiro, a captação líquida foi negativa em R$ 5,8 bilhões e em janeiro, em R$ 18,1 bilhões, pior valor da série.
Os brasileiros depositaram R$ 267 bilhões na poupança e sacaram R$ 263,2 bilhões em abril.
O saldo, que é todo o montante investido na modalidade, permaneceu superior a R$ 1 trilhão no mês. O estoque alcançou a marca pela primeira vez na história em setembro.
O movimento coincidiu com o retorno do auxílio emergencial, que começou a ser pago no início de abril. A nova rodada tem valor menor que a primeira versão, paga entre abril e dezembro do ano passado -inicialmente de R$ 600 e depois reduzido para R$ 300.
Dessa vez, o benefício terá valor médio de R$ 250, mas poderá ser de R$ 150 ou R$ 375, dependendo do tamanho da família de quem recebe.
Os valores são pagos por meio de conta-poupança digital da Caixa Econômica Federal, o que ajudou a explicar o movimento de forte alta na captação líquida (diferença entre depósitos e saques) ao longo de 2020.
Após a chegada do vírus ao país, em março do ano passado, a caderneta registrou valores elevados em captação líquida nos meses seguintes, em comparação ao restante da série.
Com o retorno do auxílio em versão reduzida, o resultado de abril veio abaixo dos meses de pagamento da primeira versão do benefício no ano passado.
No ápice da crise, em abril de 2020, a captação da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio daquele ano, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora.
A caderneta rende a TR (Taxa Referencial), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 2,75% ao ano.
A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança seja de 0,50% ao mês, mais a TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.
Nesta quarta-feira (5), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC elevou novamente a Selic em 0,75 ponto percentual, a 3,50% ao ano, e sinalizou nova alta em junho, para 4,25%.
Por Folhapress / Foto: Pixabay