O presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PP), demonstrou bastante entusiasmo com o lançamento. “A partir desse processo, vamos formar uma agenda legislativa de apoio aos pequenos empreendimentos, para que a recuperação econômica do nosso estado ocorra da forma mais rápida e sustentável que for possível”, declarou Eriberto Medeiros.
“Os pequenos negócios representam mais de 54% dos empregos com carteira assinada. Com a situação delicada em função da pandemia, precisamos proteger e reerguer essas atividades, que são o verdadeiro motor da economia pernambucana”, acrescentou o presidente do Legislativo.
Para a consultora do Sebrae, Priscila Lapa, a parceria com a Alepe é valiosa e necessária. “Primeiro para dar um tom de organização das demandas, pois muitas vezes elas ficam dispersas por setores. A gente pode organizar isso num formato de documento que ajudará a enxergar soluções e encaminhamentos que fluirão com maior rapidez e eficiência”, afirmou.
Ao todo, serão realizados nove encontros às quartas-feiras, até o mês de setembro. Três reuniões contemplarão ao Sertão, três ao Agreste, duas à Zona da Mata e uma à Região Metropolitana do Recife. O encontro inaugural desta quarta ouviu pequenos empresários do Sertão do Araripe. Serão sistematizadas as demandas das entidades empresariais considerando indústria, comércio, cultura/turismo, agronegócio, meio ambiente, saúde e educação.
No caso do Sertão do Araripe, região abordada no primeiro encontro desta quarta, os destaques foram para a melhoria da logística local, como recuperação de estradas, finalização da Ferrovia Transnordestina, regularização do fornecimento de água e início das operações do Aeroporto Regional de Araripina.
Esse ponto, inclusive, foi considerado um “gargalo” tanto para a indústria e o comércio como para o turismo e o agronegócio da região. “Temos uma série de propostas factíveis, que não tratam apenas de um município, mas vão fortalecer todos eles”, afirmou o prefeito de Exu e vice-presidente do Consórcio Intermunicipal do Sertão do Araripe Pernambucano (Cisap), Raimundo Saraiva.
Sobre o Polo Gesseiro da região, foi cobrada uma revisão da política tributária no intuito de conter a saída de escritórios e empresas para outros estados. Para o agronegócio, foram propostas inspeções dentro dos municípios, a criação de um Selo de Indicação Geográfica (SIG) e a inclusão de itens regionais em programas de aquisição governamentais.
Além de demandas econômicas, os representantes do setor de negócios do Araripe revelaram preocupação com a sustentabilidade ambiental no manejo da caatinga. E pediram expansão e melhoria da estrutura nos serviços de saúde e de educação. Uma das prioridades indicadas pelos participantes foi o treinamento de professores para o ensino remoto e melhorias no acesso da Internet nos dez municípios que compõem o Araripe.
O superintendente do Sebrae Pernambuco, Francisco Saboya, elogiou a decisão da Alepe de eleger os pequenos negócios como foco da iniciativa. “Todos sabem que o pequeno negócio não passa de uma nota de rodapé nos planos nacionais de desenvolvimento. Isso a gente diz com toda a clareza e muita dor”, lamentou.
A próxima região a receber o “Fala Pernambuco” será o Sertão do São Francisco, em 30 de junho. No dia 7 de julho será a vez do Sertão Central, incluindo Itaparica, Pajeú e Moxotó. Ao final de todas as escutas, será redigido um documento com as principais sugestões para cada região que será encaminhado aos governos federal e estadual.
Da Folha de PE / (Fotos: Marcos Henrique/Divulgação)