Para o economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Cézar Andrade, a celebração do dia das mães e o avanço da vacinação contribuíram para que o cenário fosse positivo. “Em maio nós temos o dia das mães então o comércio se movimentou um pouco mais, o que acaba demandando a indústria. Esse ano, o setor se preparou e aprendeu a lidar melhor com a situação. Além disso, com uma parcela maior da população vacinada, as indústrias conseguem produzir um pouco mais”, avaliou.
No entanto, Cézar destaca que o crescimento deve ser celebrado com cautela. “Podemos comemorar porque estamos observando uma retomada, mas ainda precisamos ter um pouco de cautela. Temos que levar em consideração que esse critério de comparação avalia um período muito ruim para a economia em geral”, observou.
Na visão do economista, os resultados positivos são influenciados por uma base de comparação baixa, já que, em maio de 2020, diversas plantas industriais estavam paradas. No confronto entre o mês de maio de 2021 com o mesmo período do ano passado, a alta na produção industrial no estado foi de 13,3%. Apesar de estar abaixo da média brasileira, que ficou em 24%, o resultado pernambucano é superior ao desempenho da Região Nordeste, 3,7%.
Em maio de 2021, apenas duas das 12 seções e atividades industriais cobertas pela PIM-PF no estado tiveram queda em comparação ao mesmo período do ano passado: fabricação de bebidas (-23,2%) e fabricação de produtos de borracha e material plástico (-1,6%). O setor que registrou o maior aumento, 662,6%, foi o de fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores, junto com a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com avanço de 134,5%.
Já no acumulado de 2021, 11 dos 15 locais pesquisados, incluindo Pernambuco, conseguiram avançar na produção industrial. No estado, a alta ficou em 10,1%, ligeiramente abaixo da média nacional para o mesmo período, 13,1%. Neste ano, a fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores e a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, também foram as categorias que apresentaram maior avanço no estado, com altas de 104,2% e 48,6%, respectivamente. A única atividade com desempenho negativo no estado foi a fabricação de produtos alimentícios, com queda de 3,2% no período.
Avaliando o resultado dos últimos 12 meses, Pernambuco teve a quinta maior taxa do país, de 9,4%, sendo superado pelos estados do Amazonas (13,3%), Santa Catarina (12%), Ceará (10,8%) e Rio Grande do Sul (9,7%). Nesse período, todos os setores industriais pesquisados no estado registraram alta. A maior delas foi na metalurgia (20,8%), seguida pela fabricação de produtos têxteis (19,5%) e pela fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (17,9%).
Cézar observa que o crescimento da produção nesses períodos também pode ser justificada pela baixa dos estoques. “É uma retomada natural. Estamos vindo de alguns meses de queda, então o estoque que existia vai desaparecendo e é preciso repor”, comentou.
Para o ano, a expectativa é de que o estado registre alta na produção industrial. “Acreditamos que ela fechará de maneira positiva esse ano. Principalmente por conta do avanço na vacinação dos trabalhadores da indústria, já que essa imunização é o principal fator para destravarmos a economia”, concluiu.
Do Diario de PE / Foto: (Miguel Ângelo / CNI)