Certa feita, em seu pronunciamento na Câmara, lamentando o retardamento de algumas ações do então prefeito Zé Arruda, relembrou as lições do cotidiano das nossas cozinhas. Com a convicção de quem conhece o assunto deu sua explicação convincente: “o feijão está já queimando no fogo, você chega com um copo d’água e salva ele, agora depois que ele queimar, pode botar uma lata d’água que não resolve mais nada”.
Pode-se aplicar o mesmo princípio para a agricultura surubinense, o mês de junho, que sempre foi um período entre os mais chuvosos de nosso inverno, desta vez, com seus 20 dias contados sem cair um pingo d’água, comprometeu o sucesso do plantio do milho e do feijão.
Hoje, pode chover à vontade que a situação é irreversível, a lavoura sentiu e o prejuízo para os agricultores são favas contadas. Aproveitando o mote, quem plantou fava, pelo andar da carruagem, deverá salvar alguma coisa.
O nosso inverno já se encontra “nos finalmente”. Setembro está à nossa porta com muito sol e pouca água nos reservatórios. Particularmente, acredito muito pouco em milagres. Pelo que estamos presenciando as dificuldades serão avultadas e tudo indica que, no final do ano, contabilizados os registros pluviométricos mensais, não chegaremos aos 550 mm de chuvas caídas em Surubim. Mais um ano de seca para o rosário de dificuldades que os agropecuaristas de nossa região terão que enfrentar.
Por Fernando Guerra (Correio do Agreste) / (Foto: Fernando Guerra)