O filme “A Vaquejada do Nordeste”, produzido pelo Ministério da Agricultura em 1949, documentário mais antigo sobre as vaquejadas surubinenses e, certamente o primeiro que se fez no país após as vaquejadas passarem a se realizar no perímetro urbano, pode ter se transformado em cinzas após o incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira no dia 29 de julho.
Preservado pelos familiares do Sr. Luís Fonseca, após o fechamento do Cine Teatro Capitólio de Surubim de sua propriedade, um dos seus herdeiros, Lucilo Fonseca doou essa fita de 35 mm ao editor deste jornal. Tratava-se de uma verdadeira preciosidade que dev
eria ser restaurada para disponibilizá-la para todos através de uma linguagem acessível já que a fita era em 35 mm e os cinemas no município há muito haviam fechado.
Essa película foi deixada na Fundação Joaquim Nabuco para ser encaminhada à Cinemateca Brasileira onde passaria pelos reparos indispensáveis e passada para DVD no sentido de difundi-la revelando imagens de Surubim, de seu povo, de seus costumes e de seus folguedos do final da primeira metade do século XX. Durante vários meses esse rolo de fita ficou guardado naquela instituição em sala climatizada até que se decidiu retirá-lo de lá por conta própria para enviá-lo à Cinemateca. Isso foi feito e os custos foram rateados entre pessoas e empresas devidamente contatadas para esse fim.
Por sorte o filme foi restaurado e suas imagens foram digitalizadas e integrou o projeto histórico anexado ao livro Memórias das Vaquejadas de Surubim, de nossa autoria.
Entretanto, o rolo do filme ficou naquela instituição e diante do desastre, deve ter se transformado em chamas.
A imprensa do país, de forma massiva, responsabilizou o governo Bolsonaro de ser responsável por mais esse desastre contra a memória nacional. Os jornais e revistas nacionais dirigem contra ele as acusações de que o Brasil está pagando caro pelo seu “reiterado desprezo” pelas áreas de educação, ciência e cultura.
(Do Correio do Agreste Por Fernando Guerra) / (Foto: Reprodução/ Twitter)