Lançado em 2020, o sistema de transferência instantânea ainda “engatinha”, com apenas 9 meses de existência. Em tão pouco tempo, o instrumento lançado pelo Banco Central se consolidou como uma das principais formas de pagamento no país. Segundo dados divulgados em maio deste ano pelo BC, existem mais de 242 milhões de chaves Pix cadastradas, sendo 83 milhões de usuários pessoas físicas e mais de 5,5 milhões de empresas. Os dados demonstram que 45% da população adulta do Brasil usou o Pix em algum momento, com 1,547 bilhão de transações realizadas e uma movimentação financeira de R$ 1,109 trilhão. Ainda segundo o Bacen, a quantidade de Pix supera a quantidade de TED, DOC, cheque e boleto somados.
“O Pix é amplamente aceito em todo Brasil, sua adoção foi extremamente rápida e vem crescendo mais a cada semana. Milhões de brasileiros já usam o Pix no seu dia a dia e o pagamento para empresas está com uma taxa média de crescimento bastante acelerada, em 57,5% ao mês. [...] A novidade movimentou bastante o mercado, promovendo maior competição no sistema financeiro. O Pix veio para ficar e continuará evoluindo com novas funcionalidades”, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao celebrar os seis meses do aplicativo, em maio.
Uma das novas funcionalidades citadas por Roberto Campos é a iniciação de transação de pagamentos por Pix, atualmente em processo de regulamentação pelo BC. De acordo com a resolução BCB nº 118, aprovada pela autarquia, as instituições participantes do Open Banking têm até o fim deste mês — 30 de agosto — para implementar os requisitos técnicos e os procedimentos operacionais para o compartilhamento do serviço.
Com a implementação dos iniciadores de pagamentos, as empresas reguladas pelo BC poderão iniciar transferências e pagamentos, sem a necessidade de o cliente abrir o aplicativo do banco para fazer um Pix. O WhatsApp é uma das empresas já aprovadas ao serviço de iniciação.
Outra empresa que oferece pagamento por Pix e que também deve aderir ao método de iniciação é o IFood. Hoje, a plataforma delivery gera um código para que o cliente copie e cole no aplicativo do banco em que tem a chave Pix cadastrada. Com a regulamentação dos iniciadores, será possível pagar o pedido diretamente no aplicativo ou apenas autenticar a compra.
“Diversas dinâmicas poderão ser utilizadas no serviço de iniciação. Por exemplo, ao realizar uma transferência utilizando um aplicativo específico fornecido pelo iniciador, será possível iniciar um Pix a partir do próprio aplicativo, que automaticamente direcionará o usuário para o aplicativo de seu banco para autenticar a transação”, explica o Banco Central, em nota.
Ainda segundo o BC, a implementação será faseada de modo que as instituições tenham tempo suficiente para efetuar os ajustes nos seus sistemas e para realizar os testes previstos, sendo homologadas pelo Banco. “O serviço de iniciação de transação de pagamento no Pix busca facilitar ainda mais a realização de pagamentos e transferências com o Pix, aumentar a competição, fortalecer o uso do Pix nos casos em que envolvam empresas, especialmente no comércio eletrônico, e fomentar a inovação”, diz o comunicado.
Por: Correio Braziliense / Foto: Wanderlei Pozzembom /CB/D.A Pres