sábado, 7 de agosto de 2021

Retomada das atividades em Pernambuco é sinal de esperança para setores

Desemprego, empreendimentos fechados e prejuízos financeiros foram cenários vistos, não só em Pernambuco, mas em todo o Brasil no ano de 2020, devido à pandemia da Covid-19 e seus impactos sanitários e econômicos. Este ano, com a diminuição dos casos da doença e o avanço da vacinação, o Estado conseguiu iniciar o retorno dos setores que ficaram estagnados no ano passado, como comércio, serviços e eventos.


Como fortalecedor do retorno das atividades, o Governo do Estado anunciou, na última semana, o “Plano Retomada”, investindo R$5 bilhões até o final do próximo ano para a geração de mais de 130 mil novos empregos. O plano é baseado em quatro eixos: investimento público, investimento privado, ambiente de negócios e acesso ao crédito. 



De acordo com a secretária-executiva de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Ana Paula Vilaça, devido aos números favoráveis da saúde, as flexibilizações estão aumentando semana após semana e com a retomada dos setores, Pernambuco começa a gerar empregos e renda novamente. 


“Agora nós estamos nesse momento de retomada com as atividades voltando a funcionar e isso gera um impacto grande na economia, porque os setores de comércio, serviços, eventos e turismo têm um impacto muito grande e na medida que eles estão liberados a voltar a funcionar, isso gera emprego, renda e circulação da moeda aqui no nosso Estado. Neste segundo semestre, estamos nessa retomada econômica, ainda com cautela, porque a pandemia ainda não acabou, existem protocolos sanitários e regras a serem seguidas”, ressalta Ana Paula Vilaça. 


O setor do comércio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em maio deste ano, comparado ao mesmo mês do ano anterior, apresentou o décimo primeiro mês seguido de variação positiva, com 26,8%. Na variação acumulado no ano, comparada a igual período do ano anterior, em maio, o estado apresentou uma expansão pelo décimo segundo mês consecutivo, com 13,2%. 


“O grande fator de diferenciação que nós temos é a vacina, porque cada pessoa que for vacinada, é mais uma que vai melhorar a economia. Nós estamos em um ritmo interessante e as coisas estão voltando à normalidade, o que não acontecia ano passado e o comércio está em crescimento. Em termos de mês a mês, as vendas estão aumentando, porque existem pouquíssimas restrições no comércio hoje e as coisas estão voltando à normalidade”, destaca o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife), Fred Leal. 


Para o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac PE, Bernardo Peixoto, é esperado que as vendas no segundo semestre ultrapassem o cenário visto em 2019. “A expectativa para o segundo semestre está a melhor possível, nós esperamos que ultrapassemos as vendas de 2019, que foi o último ano normal, porque o ano passado foi difícil. Com essa ajuda que o governo está dando com financiamentos e a ajuda do Governo do Estado com o “Plano Retomada”, nos anima mais ainda e nós ficamos mais esperançosos, principalmente para os micro e pequenos empresários, porque os grandes estão crescendo e prejudica, em parte, os pequenos que estão descapitalizados”, explica. 


A retomada gradual das atividades também favorece os lojistas de shoppings. “Os shoppings tiveram um mês de julho muito bom em termos de retomada, tanto de fluxo, como de vendas. Esse crescimento já vinha acontecendo no mês de maio e junho, com o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, mas como ainda estávamos com algumas restrições e a vacina estava caminhando, mas não estava como está hoje, não foi tão bom como julho. Estamos indo para um segundo semestre de retomada e isso está sendo muito bom, porque nossos parceiros lojistas precisam disso”, ressalta o presidente da Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), José Luiz Muniz.  


Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel-PE), André Araújo, o período de retomada é um alívio para o setor que foi muito atingido pela pandemia. “Nós estamos vivendo hoje uma situação de alívio, o horário que foi flexibilizado deu uma enorme diferença, porque o nosso setor é constituído pela necessidade de um intenso fluxo de caixa, temos que estar em permanentemente movimento, por isso que foi uma das mais prejudicadas pela pandemia”, pontua. 


Um dos setores que menos foi afetado pela pandemia, a produção industrial, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em relação a maio deste ano com o mesmo mês do ano passado, apresentou alta de 13,3%. No acumulado do ano, comparado a igual período do ano anterior, a indústria apresentou crescimento de 10,1%. 


“Esses dados significam que estamos vivendo um momento de retomada, mas a gente tem que levar em consideração que a base, mesmo que ano passado a gente tenha apresentado resultados um pouco mais favoráveis do que os outros setores, ainda é muito fraca. Quando a gente pega o saldo Caged, estamos com um saldo negativo ainda”, explica o economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, Cezar Andrade. 


Já o setor de eventos ainda não conseguiu retomar de maneira acelerada as suas atividades, mas já está dando os primeiros passos. “A retomada representa, sobretudo, uma perspectiva para o setor de eventos corporativos, técnicos e científicos, porque não resta dúvidas que esses eventos quando presenciais é o que traz negócios, impostos, empregos, movimento na cadeia produtiva do turismo. Esses eventos ainda não estão acontecendo porque exigem um planejamento. Os eventos sociais foram muito mais beneficiados até o momento, porque eles têm muito a relação do empresário diretamente com o cliente que está fazendo um evento pessoal, na maioria das vezes”, destaca a presidente estadual da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC), Tatiana Marques. 


Da Folha de PE / Foto: Arthur Mota/ Folha de Pernambuco