terça-feira, 31 de agosto de 2021

Taxa de desocupação em Pernambuco bate novo recorde e chega a 21,6% no segundo semestre

Com um índice de 21,6%, Pernambuco atingiu no segundo trimestre deste ano sua maior taxa de desocupação desde 2012. O dado, revelado nesta terça-feira (31) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coloca, pela segunda vez consecutiva, o estado em 1º lugar no ranking que mede a desocupação no Brasil. O resultado é ligeiramente superior ao obtido no primeiro trimestre do ano, quando a taxa de desocupação ficou em 21,3%.


Em comparação com o mesmo período de 2020, o número de pessoas que não conseguem encontrar trabalho no estado subiu cerca de 66%, saltando de 533 para 885 mil. Outro indicador em alta é o de desalentados, aqueles que apesar de estarem em idade para trabalhar, desistiram de procurar alguma ocupação. De abril até junho deste ano, esse indicador registrou uma variação de 20,4% em comparação com o primeiro trimestre de 2021.


A gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita, explica que o aumento no número de desalentados tem relação com a frustração vivenciada no momento de procurar emprego. “No ano passado, quando estávamos no auge da pandemia, as pessoas tinham medo da contaminação e não estavam dispostas a trabalhar. Passado um ano, não temos mais essa configuração. Nesse momento, elas desistiram depois de procurar e não encontrar trabalho. Esse cenário ainda é influenciado por conta do fechamento de alguns setores”, afirmou.


Em Pernambuco, a taxa de informalidade, que ficou em 51,4% no segundo trimestre deste ano, superou a média nacional, 40,6%. O dado leva em consideração o número de empregados domésticos e trabalhadores do setor privado sem carteira de trabalho assinada, empregadores ou trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e de trabalhadores familiares auxiliares.  


“Essa taxa tende a crescer na mesma direção da taxa de desocupação. Quando temos o aumento dela, as pessoas percebem que precisam se virar para conseguir alguma renda, mesmo que de forma informal. Por isso, o quantitativo de pessoas que passam a realizar serviços informais ou prestar serviços pontuais aumenta”, comentou Fernanda.


Um indicador que endossa a fala da especialista é o número de trabalhadores por conta própria no estado. Atualmente, eles representam uma massa de 1.091.000 de pessoas, o que equivale a 33,9% do total de ocupados em Pernambuco. Em comparação com o primeiro trimestre de 2020, esse foi o segmento que mais cresceu, 27,4%.


BRASIL

No país, a taxa de desocupação recuou para 14,1% no segundo trimestre deste ano, uma redução de 0,6 pontos percentuais em relação ao primeiro
trimestre. Apesar da diminuição, o Brasil ainda conta com 14,4 milhões de pessoas que não conseguem encontrar trabalho.


De acordo com o IBGE, o recuo foi influenciado pelo aumento no número de pessoas ocupadas, que avançou 2,5%. Com isso, o nível de ocupação subiu para 49,6%. No entanto, o resultado indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.


“O crescimento da ocupação ocorreu em várias formas de trabalho. Até então vínhamos observando aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem carteira assinada, mas pouca movimentação do emprego com carteira. No segundo trimestre, porém, houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.


No Brasil, a região Nordeste foi a que registrou a maior taxa de desocupação, 18,2%. Em seguida, aparecem as regiões Sudeste e Norte, com 14,5% e 14%, respectivamente. Enquanto isso, a região Centro-Oeste ficou com uma taxa de 11,6%. O menor índice foi registrado na região Sul, 8,2%.


Do Diario de PE / (Pedro Ventura/Agência Brasil)