“A informalidade entre as mulheres é muito mais alta do que entre os homens, e a rotatividade entre as mulheres de dentro para fora do setor formal também é muito alta. Isso tem a ver com uma série de fatores, dentre eles, as atividades que essas mulheres exercem, porque os padrões diários determinam isso. Outro fator é pelo fato de as mulheres terem filhos”, explicou o professor da Universidade de Brasília (UnB) e professor visitante na Columbia University.
Segundo ele, “o mecanismo para essas mulheres (gestantes), principalmente quando são de populações mais pobres, é sair do mercado, retornar primeiro para uma atividade informal e depois retornar para uma atividade de emprego formal, quando é possível. Se não, fica oscilando entre informal e formal”.
Medeiros disse que esse ciclo perdura por anos, e a tendência é que a mulher permaneça no setor informal. “O fato é que, com a possibilidade de você contratar faxineiras, com todos os mecanismos que permitem isso, com o MEI, etc, as famílias estão deixando de ter uma empregada doméstica para ter uma faxineira.[...] No fundo isso implica em ter um trabalhador empregado e passar a ter um trabalhador que não é empregado. Essa faixa reflete em várias coisas, entre elas, uma desigualdade de gênero gigantesca no Brasil.
Por: Correio Braziliense / Foto - crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press