Com um cenário de restrição de viagens internacionais e turismo de negócios ainda retraído, o documento aponta que a região tem se favorecido da alta no lazer interno. Em comparação, o Sudeste ainda está 23,7% abaixo do nível pré-pandemia.
“Informações sobre voos comerciais oriundas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram melhora mais acentuada no Nordeste, destacando-se os voos para aeroportos fora das capitais e mais próximos a importantes destinos turísticos (Porto Seguro, Ilhéus e Fernando de Noronha)”, aponta o estudo.
O setor turístico sofreu muito durante a pandemia com a necessidade de distanciamento social e começou a se recuperar no segundo trimestre de 2021, mas com características diferentes.
O documento aponta que houve uma recuperação mais acentuada na rede hoteleira de cidades com até 250 mil habitantes em todas as regiões.
“Esse fato é compatível com a hipótese de que as pessoas têm procurado destinos com atrações em espaços abertos, como praias em cidades menores, e ainda evitam aqueles com atividades em ambientes fechados ou aglomerados”, diz o documento.
Segundo o BC, o crescimento do setor visto nos últimos meses deve continuar em linha com o avanço da vacinação com “impactos relevantes” no nível de emprego. No Nordeste, o impacto é ainda mais significativo porque há uma maior participação do turismo no emprego formal.
Outro estudo do Banco Central divulgado nesta terça-feira aponta que o turismo pode ter impulsionado a recuperação do consumo de serviços no Nordeste, que foi a mais rápida entre as regiões.
Além do turismo, o Auxílio Emergencial pago durante o ano auxiliou na manutenção de renda da região e pode ter ajudado no consumo.
"A recuperação ao longo do restante do ano foi mais intensa no Nordeste, refletindo possivelmente a maior importância relativa do Auxílio Emergencial (AE) na manutenção da renda das famílias da região", disse o estudo.
Por Agência O Globo / Foto: Secom e Setur Ipojuca