Com um crescimento suave, a Black Friday deste ano deve alavancar o volume de vendas entre 4% e 5%, na Região Metropolitana do Recife, na comparação com 2020. A análise é do presidente da CDL-Recife, Fred Leal, que estima um fim de ano melhor que a Black Friday.
Para Pernambuco, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é esperado um volume de vendas equivalente a R$ 87,14 milhões durante as vendas da data.
Contudo, o crescimento no volume de vendas no Recife será prejudicado pelo menor poder aquisitivo das pessoas. “Por conta dos aumentos de energia, água, gasolina, isso pode tirar o poder de compra dos consumidores. Ainda assim, estamos esperançosos”, diz Leal.
Com relação a geração de empregos, o presidente detalha que as empresas devem postergar o máximo que puderem. "Os empresários aprenderam a investir em produtividade. É fazer mais, com menos", afirma Leal.
Comércio de rua x comércio eletrônico
Conforme detalha Leal, o comércio digital acaba crescendo cerca de três ou quatro vezes mais do que o comércio tradicional, de rua. “Essa mudança é irreversível. As lojas estão se tornando omnichannel, ou seja, atuando em todos os canais e o consumidor pode escolher o que é de sua preferência”, acrescenta.
Até o início da crise sanitária provocada pela Covid-19, o e-commerce brasileiro crescia a uma taxa anual média de 14,1% - ritmo que saltou para 46,2%, de acordo com levantamento baseado nas emissões de notas fiscais eletrônicas computadas pela Receita Federal do Brasil.
Brasil
Nacionalmente, segundo a CNC, a expectativa é que a data movimente R$ 3,93 bilhões - aumento de 3,8% em comparação com 2020. No entanto, descontada a inflação, o volume de vendas no país deve apresentar recuo de 6,5% - primeira queda desde 2016.
Para o economista-chefe da CNC, Fábio Bentes, dois fatores são os responsáveis pela evolução tímida da data. De um lado, o mercado de trabalho ainda teima em não cair nos níveis de desemprego. O outro ponto é a inflação, que anualizada passa de 10%”, explica.
Bentes ainda detalha que do total das vendas esperadas no país, R$ 2,9 bilhões serão apenas do e-commerce. “A Black Friday no Brasil é predominantemente online. É um ponto fora da curva. Na medida em que, regularmente, o comércio eletrônico representa 6% ou 7% das vendas no varejo”, diz o economista e ainda acrescenta que o tíquete médio deste ano deve girar em torno de R$ 1.002.
“Uma estratégia para este ano é comprar parcelado em 10 ou 12 vezes. Como a inflação está alta, as últimas parcelas acabam sendo ajudadas”, orienta Bentes. Para continuar lendo, clique AQUI! (Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco)