quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Salário mínimo pode ser corrigido abaixo da inflação pelo 2º ano consecutivo

O substitutivo do relatório do Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2022 apresentado pelo relator, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ), prevê um salário mínimo de R$ 1.212. Esse valor considera uma correção no salário mínimo de 10,18%, proposta pelo parlamentar no documento enviado à Comissão Mista de Orçamento (CMO), que deve apreciar a matéria nesta terça-feira.



Apesar de a taxa prevista pelo parlamentar estar acima da nova estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia, de 10,04%, ela deve ficar abaixo da variação integral do indicador que corrige o piso salarial em 2021, de acordo com estimativas de analistas. Logo, o trabalhador corre o risco de ver o salário mínimo sendo corrigido abaixo da inflação pelo segundo ano consecutivo.


 

O INPC mede a inflação para as famílias mais pobres, com renda de até cinco salários mínimos mensais. Em 2020, o INPC registrou alta de 5,45%, mas a correção do salário mínimo ficou em 5,26%, deixando o piso R$ 2 abaixo do valor com correção integral da inflação. Enquanto isso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede o custo de vida para as famílias com renda acima de cinco salários mínimos, registrou alta de 4,52% em 2020.


Na proposta original do Ploa, a estimativa do INPC estava em 6,20%, e passou para 10,04% após a atualização da SPE no 5º relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Ministério da Economia. Considerando essa correção, o salário mínimo passaria de R$ 1.169 para R$ 1.200. As estimativas de analistas ouvidos pelo Correio para o INPC deste ano são maiores e variaram de 10,2% a cerca de 11%.


"Como sabemos, o salário mínimo é corrigido pelo INPC até dezembro (do ano anterior). Em 2020, quando ficou evidente a diferença entre a variação real e a projetada, o governo corrigiu o valor do salário mínimo, mas não fez o mesmo em 2021", lamentou o especialista em contas públicas Gil Castello Branco, fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas. Para continuar lendo, clique AQUI!


Foto: Thiago Fagundes/CB/D.A Press