quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Proporção de famílias endividadas em Pernambuco bate recorde em janeiro, aponta Fecomércio-PE

Realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) apontou que a proporção de famílias que se declaram endividadas em Pernambuco chegou a 80,4% neste mês. De acordo com o recorte local realizado pela Fecomércio-PE, o resultado representa o maior percentual de famílias endividadas para o mês de janeiro na série histórica da PEIC em Pernambuco.


Esse também é o maior percentual desde setembro de 2021, quando a proporção ficou em 80,9%. Para o mês de janeiro, o último recorde havia sido registrado no ano passado, com 78,1%. No entanto, de acordo com a Fecomércio, esse desempenho já estava em ascensão desde janeiro de 2020, quando chegou a 72,3%, já 4,6 pontos percentuais acima do patamar observado em janeiro de 2019 (67,7%). Em comparação ao mês de dezembro de 2021, o número de famílias endividadas em Pernambuco está estável.


Compondo o quadro de endividamento em janeiro de 2022, aproximadamente 23% das famílias afirmaram estar muito endividadas, enquanto 35% se declaram moderadamente endividadas, ou seja, em um nível de endividamento prestes a impactar as relações do consumo familiar. Outros 23% se declaram pouco endividadas e 20% registram que não possui nenhum tipo de dívida comprometendo o orçamento doméstico.


Entre os tipos de dívidas mais presentes, o destaque ficou por conta do cartão de crédito, citado por aproximadamente 95% das famílias, e dos carnês (30%). Este último, registrou uma queda de 1,6 pontos percentuais entre janeiro e dezembro. Outro tipo de dívida que também registrou queda foi o cheque especial, citado por 11% das famílias em dezembro e por 8% em janeiro.


A parcela média da renda comprometida com as dívidas ficou em 30,7% em janeiro, patamar considerando limite sobre o orçamento. Em termos de horizonte temporal, as famílias projetam que a composição atual das dívidas seguirá comprometendo a renda por aproximadamente 8 meses.


INADIMPLÊNCIA

O percentual de famílias com dívidas cujo pagamento se encontra atrasado também ficou praticamente estável na passagem de ano, saindo de 32,9% em dezembro para 32,3% em janeiro. Já o tempo médio de atraso sobre o pagamento é de 59,2 dias. Na comparação anual, com janeiro de 2021, a proporção de famílias inadimplentes cresceu 3,1 pontos percentuais e o número médio de dias em atraso cresceu 1,3 dias.


Entre dezembro e janeiro, o percentual de inadimplentes e sem condições de quitar as dívidas em atraso também permaneceu estável, saindo de 17,3% em no mês anterior e para 17,2% no mês atual. Na comparação anual, por outro lado, a proporção de famílias sem condições de pagamento das contas atrasadas já aumentou 5,3 pontos percentuais em relação a janeiro de 2021.


Esse indicador segue em alta desde abril, quando chegou a 12,0%, ilustrando o agravamento das condições financeiras ao longo de 2021. Além disso, passa a preocupar, perante a expectativa para novos aumentos na taxa básica de juros, dificultando as condições de negociação das dívidas em atraso ao longo de 2022.


 Por: Diario de Pernambuco / Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil