Na segunda-feira (31), ele celebrou uma missa e quando os fiéis saíram, pediu ao sacristão que fechasse as portas e ficou sozinho na igreja. Padre Geraldo deixou uma carta de quatro páginas assinada com a data de 1.° de fevereiro de 2022, na qual expõe divergências com dois padres da Paróquia.
Ao lado do corpo, foi encontrada também uma bolsa com uma corda. O sacristão contou à polícia que o padre havia pedido para ele deixar a porta de acesso à escadaria da torre da igreja aberta, mas a solicitação não foi atendida.
Tão logo a notícia da morte se espalhou, dezenas de pessoas se concentraram ao redor da matriz. A área foi isolada pela Polícia Militar até a chegada dos peritos. O corpo foi encaminhado na madrugada desta quarta-feira (2) para o Instituto de Medicina Legal, em Recife.
Padre Geraldo era natural de Caruaru e religioso há cinco décadas, comemoradas no último dia 2 de janeiro. Há 27 anos ele morava em Surubim. Antes, foi pároco nas cidades de Agrestina e São Caetano. Também foi professor de Filosofia da extinta faculdade Fafica, em Caruaru.
Uma das marcas da atuação de Padre Geraldo era o trabalho social. Ele construiu 78 casas em Surubim e outras 20 em Nazaré da Mata para famílias carentes. Realizava também, de forma permanente, campanhas para doação de cestas básicas, colchões e roupas. Nestas ações filantrópicas, contava com a colaboração de amigos que residem na Alemanha, país que visitava regularmente.
Devoto de Padre Cícero, criou a Missa dos Romeiros em Surubim e na cidade vizinha de João Alfredo.
Na carta de despedida, padre Geraldo manifestou o desejo de ser sepultado em Surubim, mas a família nem a Diocese de Nazaré, até agora, não divulgaram informações em relação a velório e sepultamento.
Do Correio do Agreste / Foto: João Paulo Lima