sexta-feira, 25 de março de 2022

ONG Sabiá visita projetos agroecológicos em Santa Maria do Cambucá

O coordenador da ONG, Alexandre Pires, debaterá com lideranças rurais temas como direito à água e, especial, o programa cisternas, que vem sendo esvaziado pelo governo federal



O Centro Sabiá, organização que soma quase 30 anos de trabalhos por várias regiões do estado de Pernambuco, tem com o Agreste uma relação especial: foi no município de Bom Jardim que realizaram-se as primeiras ações ligadas à agroecologia e convivência com o semiárido, principais bandeiras da instituição. De olho nessa perspectiva de olhar para o passado e planejar o futuro, o coordenador da ONG, o biólogo Alexandre Pires, chega nesta quinta, 24/3, a Santa Maria do Cambucá para verificar os resultados de alguns dos projetos já realizados e debater os desafios da agroecologia para o semiárido.


No município a organização assessorou 67 famílias em assistência técnica e extensão rural (ATER) com foco em agroecologia, e outras 50 em situação de vulnerabilidade social tiveram a mesma assistência dentro do Programa Dom Hélder Câmara. A ONG também construiu 3 casas de sementes e articulou 827 cisternas entre as modalidades primeira água, calçadão, enxurrada, BAP,  barragem subterrânea, barreiro trincheira, cisterna telhadão e cisterna nas escolas. Por fim, a ONG ainda fomentou o fundo rotativo solidário (FRS), ação onde uma família recebe apoio financeiro para desenvolver determinada atividade econômica (conforme a primeira família paga todas as parcelas do “empréstimo”, uma segunda família recebe esse valor pago e desenvolve também uma outra atividade econômica) .


Há ainda o projeto Reuso de Águas Cinza/ Sistema Agroflorestal (RAC/SAF), onde doze famílias são beneficiadas: as águas das pias, banho e tanque de roupas são filtradas e armazenadas em cisternas especiais para irrigação de plantas frutíferas e forragem para os animais. Durante a pandemia, o município também recebeu cestas agroecológicas. "Ir aos territórios para conversar com nossa equipe e com as famílias agricultoras percebendo os impactos do trabalho na vida das pessoas é fundamental para reafirmarmos nossas estratégias, mas também para sentir quais outras demandas", explica Alexandre.



LUTA POR MAIS POLÍTICAS PÚBLICAS

Além do Centro Sabiá, o biólogo também coordena a Articulação no Semiárido Pernambucano (ASA/PE), rede que desenvolveu o programa de cisternas adotado pelo Governo Federal, ação que infelizmente vem sendo desmontada desde o governo Temer: após o recorde de 111 mil e 106 mil cisternas em 2013 e 2014, respectivamente, ano após ano a construção dessas tecnologias no semiárido vem caindo, até atingir o número pífio de menos de 3 mil em 2021. 

 

“Lamentavelmente temos vivido um apagão das políticas públicas para as populações rurais. Ainda há uma demanda de 350 mil cisternas para atender agricultores, quilombolas e indígenas, principalmente. Em Pernambuco são 38 mil famílias que ainda não têm as tecnologias.”


AJUDE A CONSTRUIR UMA CISTERNA

A campanha "Tenho Sede" é uma alternativa da Articulação do Semiárido Brasileiro para seguir construindo cisternas pelo semiárido brasileiro. Se você puder ajudar com qualquer quantia acesse o site tenhosede.org.br e participe.  

 

Clipe da campanha: https://www.youtube.com/watch?v=pYWGLsT9cPI


Da ASCOM