quinta-feira, 24 de março de 2022

Reflexo da instabilidade econômica, atividade da indústria da construção recua em fevereiro

Medida pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), a Sondagem da Indústria da Construção Civil apresentou recuo de 6 pontos no mês de fevereiro – dado mais recente calculado pela instituição, passando de 59,4 para 53,4 pontos. Apesar dessa retração, o indicador permanece em um cenário otimista, com o resultado dos dois primeiros meses de 2022 acima dos 50 pontos, bem diferente dos últimos meses de 2021, quando a atividade apresentava desaceleração e pontuava abaixo dos 50 pontos. 


Conforme o levantamento, em comparação ao mesmo mês de 2021, houve um aumento de 14 pontos. Para se ter ideia, esse índice, de 39,4 pontos, está acima da média histórica iniciada em dezembro de 2009, quando se registrou 45,7 pontos. O cenário também foi bom para as pequenas empresas, que, na passagem do mês, atingiu 62,5 pontos. 


Já as médias empresas apresentaram recuo de 6 pontos, registrando 41,7 pontos no mês em questão, e ficando cada vez mais distante do cenário otimista. As grandes empresas também seguiram o mesmo movimento, retraindo 8,4 pontos e chegando aos 58,3 pontos, porém distante do cenário pessimista. 


De acordo com o economista da FIEPE, Cézar Andrade, o impacto nas médias e grandes empresas foi maior devido à inflação e a instabilidade da economia por conta da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. “Essa situação traz instabilidade, segura os investimentos das empresas e repercute em outros setores econômicos”, disse. 


A pesquisa traz ainda informações sobre a evolução de pessoas empregadas, que, em fevereiro, registrou um desempenho muito inferior ao observado no mês de janeiro (58,6) e fechou com 48,9. Em relação ao mesmo mês de 2021, a variação foi positiva em 6,6 pontos, mas o indicador ainda fica abaixo da linha divisória dos 50 pontos, já que esteve com 42,3 pontos, porém, acima da média histórica iniciada em janeiro de 2011, de 44,4 pontos. 


“Com o resultado, o indicador volta ao cenário pessimista. O índice sugere que a evolução do número de empregados encontra-se em um ritmo desacelerado, não conseguindo acompanhar o nível da atividade industrial, que, apesar da queda, encontra-se em um ambiente favorável para as indústrias da construção”, explicou Andrade. 


Sobre a dificuldade para a falta de insumos, a expectativa sobre a compra de matéria-prima exibiu uma redução, com uma variação de - 5,2 pontos em relação ao mês de fevereiro (65,9) e chegou a 60,7 pontos em março – ainda estando no cenário positivo. Já na comparação com o mesmo o período do ano anterior, observou-se um avanço do indicador de 8,8 pontos.


Da ASCOM / Foto: Reprodução